Moradores fazem ato contra ação de desocupação do Jandiá

Manifestantes fecharam parte da ponte Sérgio Arruda.
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ANDRÉ SILVA

Moradores do Bairro Pacoval, na zona norte de Macapá, bloquearam parte da ponte Sérgio Arruda, no fim da tarde desta quarta-feira (6), para protestar contra a decisão da Justiça Federal, que determinou a desocupação da área do entorno do Igarapé do Jandiá.

Cerca de trinta moradores com cartazes e gritos de ordem participaram da manifestação. Por causa do ato, o trânsito na Rua Guanabara ficou lento e engarrafado.

Carla Alexandra, de 37 anos, mora próximo ao campo do Currú, com os dois filhos. Ela disse que não tem para onde ir, caso tenha que deixar o imóvel onde está atualmente.

Moradores bloquearam parte da ponte Sérgio Arruda Foto: André Silva

“Queríamos, pelo menos, que o governador intercedesse por nós. Eles querem que a gente vá para o Macapaba 2, mas, quem garante que seremos aprovados pelos critérios da Caixa Econômica?”, questionou a mulher.

Cibele Santos, de 25 anos, disse que mora no local que será desocupado, há mais de 16 anos. Na casa onde mora, segundo ela, estão abrigadas 12 pessoas.

“Eu não consegui fazer cadastro, nem minha mãe, nem meus irmãos. A gente não quer morar em apartamento e ter que pagar síndico e parcelas. Ele não pode fazer isso, colocar as famílias na rua. Ele deveria dar uma outra opção, negociar”, protestou a moradora.

Paulo Hugo, presidente da Associação de Moradores do Pacoval, disse que as famílias não têm para onde ir.

“Eles não têm que colocar as famílias no Macapaba. Não tem espaço para todo mundo. Eles querem colocar as pessoas naquele conjunto novo que vão construir na Norte Sul, mas, isso é para daqui há dois anos ou mais”, reclamou o presidente.

Paulo Hugo, presidente da Associação de Moradores do Pacoval Foto: André Silva

Os manifestantes disseram que um novo protesto será realizado na sexta-feira (8).

A desocupação da área foi determinada pelo juiz João Bosco Soares. O processo que trata do terreno deve estar finalizado até o dia 6 de julho, data limite para que as mais de 380 famílias deixem o local.

Seles Nafes
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