PM que matou servidor da Justiça alega legítima defesa

Crime teria sido motivado por ciúmes da ex-mulher do réu.
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CÁSSIA LIMA

O Tribunal do Júri de Macapá iniciou nesta quarta-feira (13), o julgamento do militar Abraão Jardim Machado, acusado de matar um servidor do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), em 2016. O crime teria sido motivado por ciúmes da ex-mulher do réu.

O julgamento desta quarta-feira ouvirá 8 testemunhas, sendo quatro da defesa e o restante da acusação. Uma delas é a ex-mulher do militar, que estava com a vítima no momento do crime.

Segundo as investigações, o crime ocorreu no dia 27 de novembro de 2016, no Bairro do Buritizal, quando a vítima Gerson Rodrigues Martins, de 46 anos, saía de um culto.

Aspecto do julgamento do militar Fotos: Cássia Lima

“Ele confessa, mas diz que agiu em legítima defesa porque, segundo ele, a vítima teria esboçado uma reação de que pegaria algo para machucá-lo. Nós contestamos essa versão porque a própria testemunha que estava ao lado da vítima diz que não houve qualquer atitude que pudesse ser interpretada como uma agressão contra o réu”, falou o promotor do caso Iaci Pelaes.

De acordo com a promotoria, existem provas suficientes para afastar esse álibi do réu. Uma delas é a de que o militar, mesmo estando separado há 6 anos, queria ter controle sobre a vida e as amizades da ex-mulher.

“Ele tinha ciúmes dela. Inclusive, esse caso tem características de feminicídio porque ele continuava querendo ter o controle da vida dela”, disse o promotor.

A defesa do réu não quis se pronunciar sobre a estratégia para o júri. Familiares da vítima também decidiram não se manifestar. Não há previsão de quando será encerrado o julgamento.

Seles Nafes
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