2ª noite na calçada

Mais 300 apartamentos foram desocupados na segunda-feira (16), e famílias aguardam destino na calçada de uma escola
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RODRIGO INDINHO

Desde segunda-feira (16), quando começou a reintegração de posse de 319 imóveis invadidos no Conjunto Habitacional Macapaba II, zona norte de Macapá, famílias estão vivendo em condições precárias na calçada de uma escola do conjunto.

São pelo menos 20 famílias, mas o número fica oscilando porque muitos invasores vão para casa de parentes tomar banho e se alimentar para depois retornar ao acampamento. 

Segundo Bruna Pereira, de 24 anos, mãe de seis filhos, que foi retirada de um dos apartamentos, os coordenadores da força-tarefa prometeram que iriam ajudar as famílias com cadastro e benefício social, mas nada disso foi cumprido e nem sequer podem entrar na escola para se abrigar da chuva.

“Tenho dois filhos doentes, e meu recém-nascido precisa fazer aerossol, mas o material tá dentro da escola e eles não deixam ninguém entrar para nada. Estamos sem tomar banho, sem escovar os dentes e para fazer nossas necessidades temos que ir para o mato. Com a chuva molhou os colchões das crianças, e agora? Queremos uma resposta e não promessas, porque realmente precisamos de um local para morar”, disse Bruna, chorando.

Invasores querem se abrigar na escola. Fotos: Rodrigo Indinho

Mães com bebês…

Crianças dividem colchão

As famílias com crianças, idosos e deficientes físicos dizem que não têm para onde ir, e que viver na calçada pegando chuva, sol, e sem ter o que comer dói muito.

“Jogaram a gente na rua. Só fizeram assinar um papel e como não temos para onde ir estamos aqui na chuva. Eu morava sozinho, mas é triste para um deficiente não ter onde viver, comer e ver mães com bebês de colo doentes. Tá difícil nossa situação, só Deus na causa por nós, frisou Josivan de Souza, de 25 anos, que é cadeirante.

A Secretaria de Comunicação Social do governo do Amapá informou que sete famílias estão recebendo orientações da Defensoria Pública do Estado.

…e até cadeirantes aguardam uma resposta

Bruna e seu bebê que precisa de aerossol

A secretária-adjunta de Comunicação, Simone Guimarães, disse que o período eleitoral impede a Secretaria de Mobilização Social de abrir novos cadastros de famílias. Por isso, espera um posicionamento da Justiça Federal.

Seles Nafes
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