DA REDAÇÃO
O Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP) cobra melhorias no Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL). Inspeção feita na última terça-feira, 24, pela Promotoria de Defesa da Saúde constatou que aparelhos continuam quebrados, prejudicando a precisão de diagnóstico de pacientes eletivos e impossibilitando cirurgias.
A fiscalização flagrou, ainda, a carência de algumas medicações. O MP divulgou os resultados da inspeção nesta sexta-feira, 27. Segundo o relatório, feito pela promotora Fábia Nilci, equipamentos básicos e os serviços estão paralisados, comprometendo, dentre outros, a ampliação do Centro Cirúrgico.
Ela visitou os locais recém-reformados para verificar a qualidade dos serviços. No setor de Imaginologia, apenas o Raio-X está funcionando normalmente. O aparelho de ultrassonografia está quebrado e o exame é realizado com aparelho portátil, o que pode comprometer a precisão do diagnóstico, devido à baixa qualidade de imagem. Além de disso, não está sendo realizada no HCAL a ultrassonografia de tireoide nem a de mama. O tomógrafo, que não funciona há mais de um ano, segue com problemas no equipamento.
O eletroencefalograma está paralisado pela falta de médico para emitir os laudos. O único médico do setor está de férias. Os exames que necessitam de sedação também não podem ser realizados por falta de anestesista. Nos casos de endoscopia e colonoscopia, devido haver apenas um tubo flexível utilizado nos aparelhos, os exames são feitos apenas em pacientes internados da nefrologia ou oncologia.
Na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), dois 11 leitos da UTI, apenas seis estão funcionando pela ausência de ventiladores pulmonares. Durante a inspeção, a equipe do MP-AP flagrou um quadro no qual os plantonistas registraram a falta de medicamentos básicos, como dipirona, hidrocortizona, aminofilina, plasil, ranitida e omeprazol.
Resposta
O Portal SelesNafes.com questionou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Veja a resposta divulgada, através da Assessoria se Comunicação.
Quando serão solucionados os problemas da falta de equipamentos básicos e dos serviços paralisados, que comprometem, dentre outros, a ampliação do centro cirúrgico?
O andamento da reforma de ampliação do centro cirúrgico aguarda a chegada das tubulações para a rede de ar comprimido que vem de fora do Estado. A empresa comunicou a direção do Hospital de Clínicas Alberto Lima sobre o atraso na entrega, que deveria ter ocorrido na última terça-feira, 24. A nova previsão de chegada das tubulações é para segunda-feira, 30. Com a instalação da rede de ar, a previsão é de que no dia 10 de agosto a obra seja retomada.
O aparelho que realiza o exame de hemogasometria estava passando por manutenção e já se encontra em funcionamento. Durante o período de manutenção, os exames estavam sendo coletados, normalmente, e realizados no aparelho do Hospital de Emergência de Macapá.
Quais justificativas para os aparelhos de ultrassonografia, tomógrafo, eletroencefalograma estarem paralisados?
O novo aparelho fixo de ultrassonografia aguarda a instalação pela empresa responsável. Em até 15 dias o novo equipamento estará funcionando. O exame de tomografia computadorizada é realizado por uma empresa credenciada. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) trabalha na aquisição de três novos tomógrafos.
O exame de eletroencefalograma precisa de médico neurologista especializado para emitir o laudo. Depois de oito anos, o serviço foi reimplantado e inicialmente conta com um médico para a emissão dos laudos, o qual, se encontra de férias. Na ausência dele, outro médico neurologista emite os laudos, uma vez por semana, dos exames que continuam sendo feitos, diariamente. Já foi solicitado ao coordenador clínico que disponibilize mais profissionais para a emissão dos laudos.
Qual a situação da carência de medicamentos e materiais no hospital?
Os medicamentos em falta no hospital já estão em processo de aquisição, sendo que alguns itens aguardam a entrega por parte do fornecedor, assim como os materiais como insumos e correlatos. A Sesa reitera que tem feito licitações e mantido o diálogo com os fornecedores, para garantir a manutenção do estoque de medicamentos, correlatos e insumos das farmácias das unidades hospitalares estaduais.