RODRIGO INDINHO
A Corregedoria de Polícia Civil instaurou inquérito para investigar se houve excesso por parte do policial que baleou uma mulher, tirou a vida de dois jovens após confundi-los com assaltantes, e depois se matou. O caso aconteceu em um estabelecimento comercial, na noite de sexta-feira (6), na Avenida Padre Manoel de Nóbrega, no bairro Jesus de Nazaré, na zona norte de Macapá.
Segundo a corregedora de Polícia Civil, delegada Rosana Rocha, a investigação está curso desde o dia 10. Todas as perícias que foram solicitadas no local do crime, com as vítimas, vizinhos, profissionais que trabalharam no caso e outros envolvidos.
“Nós vamos juntar todas essas provas materiais e iniciar agora a oitiva das testemunhas, principalmente a vítima sobrevivente, que é fundamental para esclarecermos o crime. Outras pessoas que estavam no local também serão ouvidas”, informou a delegada.
Segundo Rosana Rocha, por enquanto a polícia mantém a tese de que o agente Jorge Henrique Banha, 48 anos, teria confundido os jovens com assaltantes. Ela disse não ter informações sobre o estado mental do policial e o quanto teria ingerido de bebida alcoólica antes daquela noite.
“Nenhuma possibilidade é descartada, como estamos no início do processo, tudo será averiguado. Estamos apenas respeitando a dor muito forte dos pais. Ainda não tivemos condições de esclarecer essa situação, mas até o final da conclusão dos procedimentos, teremos todas essas informações”, analisou a delegada.
De acordo com ela, quando o inquérito estiver concluído, o delegado geral da Polícia Civil, Uberlândio Gomes, vai pessoalmente comunicar os resultados da investigação. O prazo para conclusão do procedimento é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias, caso haja necessidade.
Tragédia
A tragédia aconteceu por volta de 21h30, do último dia 6, em uma distribuidora de bebidas localizada na Av. Padre Manoel da Nóbrega, Jesus de Nazaré, Centro de Macapá. De acordo com testemunhas, os dois jovens, Ricardo Brito Oliveira, de 22 anos, e Ronald Willian Souza de Oliveira, de 21 anos, chegaram ao estabelecimento em um carro branco, estacionaram e entraram para comprar algo.
Vítimas eram primos e foram mortos ao comprar bebidas. Foto: Divulgação
Nesse momento, disseram testemunhas, o policial civil chegou em uma picape de cor preta, e disparou várias vezes contra os jovens, acreditando tratar-se de um assalto. Em seguida, o agente se matou com um tiro na boca, ao constatar que um deles era filho de um colega de trabalho, também policial.