Por GESIEL OLIVEIRA
Cedo acordo ao som ininterrupto do bipe. Quero ficar um pouco mais, mas a dura realidade não me permite. Ainda é noite, mas meu dia já começou. Tomo banho às pressas, e ainda me enxugando, aos tropeços escolho minhas poucas e surradas roupas. Tenho minimizado no meu peito a esperança de que isso vai melhorar, algum dia, que isso vai passar.
Corro para a parada, e lá encontro as mesmas pessoas, no mesmo horário, no mesmo ritmo frenético, e com meu sorriso formal e frio, nem mesmo preciso dizer “bom dia!” naquele silêncio coletivo de vidas acinzentadas. Vivo num mundo onde sou invisível. Onde mecanicamente sigo no embalo do tempo, pressa e metas.
Faço sempre as mesmas coisas. Os dias se passam sem mesmo que eu perceba o meu primeiro cabelo branco e as rugas que mudam, dia após dia, a minha expressão facial. Eu lembro que um dia eu fui mais alegre, mais disposto e mais sonhador. Tinha uma meta, um sonho. Hoje só quero saber de voltar pra casa, depois do fim de mais um cansativo e exaustivo dia.
E no retorno, dentro do coletivo, ouço comentários sobre coisas que não vi, quero respostas a respeito de perguntas que nem sei de onde surgiram. Lembro em minhas acidentadas memórias, das promessas que não cumpri e dos meus planos que aos poucos foram se esvaindo até virarem apenas uma lembrança longínqua.
Meu celular, quando tenho créditos, é o meu amigo sempre presente. Ele me abre um mundo fantasioso, tira meus pés desta realidade, e lá nas redes sociais posto coisas o que não sou, o que não vivo e não tenho, no irreal lado brilhante que enfatiza os sorrisos e filtros que escamoteiam o lado cinzento da minha dura realidade.
Mas ele (o celular) ainda é o meu último refúgio de uma vida enfadonha e sem sentido. Quando chego em casa não sei o que dói mais, se a minha cabeça, minha coluna ou minha consciência, presa à uma rotina que mesmo que eu deseje, nada muda.
Entra dia, sai noite e vou me acomodando. São correntes invisíveis que me entorpecem e me aprisionam como um escravo livre. Eu sempre quis voar alto, mas me sinto como águia vivendo no galinheiro.
Eu sempre sonhei com algo diferente disso, mas algo me amarra. O que fazer? Como fazer? Enquanto penso, ajo, digo, repito e continuo nessa rotina aprisionante.
Enquanto sonho com o meu mundo ideal, sigo no meu mundo real. Lembro-me das palavras da minha mãe: “Tudo tem o seu tempo, tudo tem a sua vez”, mas tenho a impressão que a minha nunca chega.
Eu sei que não é só o tempo que vai mudar a rota da minha vida. Não avanço porque vivo esperando o futuro pra ser feliz, sem mudar a rota do meu presente, ancorado em medos, frustrações e amarguras do meu passado.
Há muito não consigo esconder meu mau humor, que reflete meu infinito vazio desbotado. Às vezes tenho a impressão de que estou a dar socos no ar e me pego novamente sonhando, e aí estaciono.
Vejo pessoas alcançando seus objetivos, e me limito a ficar falando mal, ao invés de tomá-las como inspiração. Não sou o anjo que alguns pensam, nem sou tão ruim como meus inimigos querem. Sou apenas um ser humano cheio de falhas, sonhos, altos e baixos cansado de apanhar da vida.
O cheiro do luar traz consigo o gosto gélido da insistente incerteza da penumbra de desesperança, mas a cegueira das trevas nunca impedirá a força e a fulgência do raiar da esperança. Preciso renascer, preciso ressuscitar meus sonhos e ideais!
Eu quero soltar as âncoras do meu navio e rumar na direção do meu mar de desafios. Quero navegar rumo a novos portos, conhecer novos horizontes, novos lugares. E tenho de confessar que estou parado numa tempestade, sem guarda chuvas e sem sinal de calmaria. Estou na parte de baixo, parado, nas voltas da roda gigante dessa vida.
Não sei se essa roda gigante enguiçou, por que queria muito ir lá pra cima, pra olhar de um outro ângulo maior a amplitude do que está ao meu redor. Mas enquanto ela não voltar a funcionar, vou ficando com esse angustiante e ininterrupto bipe matinal, com meus olhos vermelhos, meus bolsos empoeirados e minha enferrujada esperança, porque isso sempre me foi bem mais cômodo.
Se você se identificou com essa rotina, quero te dizer que há uma solução para isso: JESUS CRISTO! A Bíblia nos diz em Isaías 40.31 “…Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão.”
Mesmo que seja difícil de MUDAR essa realidade, encontre forças, levante a cabeça e saia deste lugar de estagnação com 5 atitudes que, nesta ordem, irão mudar a sua vida:
1) sonhe – tenha foco e um projeto;
2) comece – tenha iniciativa e nunca espere;
3) persista – seja determinado, tenha motivação, mesmo sofra dificuldades do percurso. Se aproxime de quem te motiva e se afaste de quem só quer te ver estagnado;
4) tenha fé – aqui tem sentido de convicção firmada em Jesus, tem a ver com o que você realmente quer.
5) alcance – é o resultado, a vitória, a conquista é o seu alvo a ser perseguido.
Essa é a fórmula que te levará a alcançar todos os teus sonhos. Seja feliz, mude e prossiga confiando em Jesus!