Rafael Macapá: das dificuldades até o cinturão do Shooto Brasil

Rafael Macapá recebe o cinturão de campeão do Shoto Brasil. Foto: Léo Farias/Portal Vale Tudo
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ANDRÉ SILVA

O campeão de MMA (Artes Marciais Mistas) Rafael Macapá, de 21 anos, está de volta à capital amapaense, em visita à família. Ele é o atual dono do cinturão da categoria peso mosca do Shooto Brasil, título conquistado no final do mês de junho deste ano.

Em entrevista ao portal SELESNAFES.COM, o lutador contou um pouco da sua história e falou das dificuldades enfrentadas para sobreviver no Rio de Janeiro, onde treina desde os 15 anos. Também relatou os desafios para conseguir patrocinadores e como foi parar na capital carioca.

Rafael Macapá descreveu sua rotina de treinos na Academia Nova União, onde se prepara ao lado de grandes lutadores, como o bicampeão mundial do peso pena, José Aldo Júnior. Ele ficará em Macapá até o dia 10 de Agosto. Macapá está invicto como profissional, com sete vitórias por nocaute.

Com quantos anos você começou a lutar?

Comecei com 13 pra 14 anos. Comecei a praticar Jiu-Jitsu. Aí, fui para o Rio de Janeiro, com 15 anos. Lá, continuei a praticar o Jiu-Jitsu. Entrei na academia do André Pederneiras e fui treinando, praticando o MMA. Quando eu fiz 18 anos, estreei profissionalmente e estou até hoje.

Como você foi parar no Rio de Janeiro?

Eu fui, a princípio, para estudar com um amigo, com quem eu já morava em Macapá. A família dele se mudou para o Rio, aí eu peguei o embalo, já que eu fazia Jiu-Jitsu aqui em Macapá, e lá estão o celeiro e as oportunidades. Acabou que foi uma consciência para entrar na academia que estou hoje, que é a Nova União. Eu nem sabia que ficava próxima de onde eu morava. Por coincidência, procurando no Google uma academia para treinar, acabei encontrando essa, que é top do mundo, do meu lado. Entrei com 16 e estou até hoje.

Você continuou morando com essa família?

Eles retornaram para Macapá e falaram para eu voltar com eles, mas eu estava tão entrosado e eu queria aquilo pra minha vida, que dei um jeito de ficar por lá. Minha mãe e meu pai me ajudaram um pouco no início, e eu também trabalhava.

Onde no RJ você trabalhou?

Trabalhei em uma conhecida feira de São Cristovão, que é a Feira de Tradição Nordestina. Eu fazia meia função do garçom, só que um pouco a mais. Era tipo um faz tudo mesmo. A grana que eu pegava ia investindo no meu treinamento, alimentação, suplemento…

Você teve apoio financeiro de patrocinadores?

Apoio financeiro é difícil. Tenho esse tipo de apoio no mês que eu vou lutar. Só que eu não preciso só no mês que vou lutar, preciso de um apoio durante o treinamento, durante a minha estadia no RJ, que não é fácil. Apoio financeiro mensal de patrocínio eu não tenho, o que eu tenho é um apoio no mês da luta ou depois da luta.

Qual foi a parte mais difícil na sua preparação para a disputa pelo cinturão?

Com certeza foram os treinos exaustivos. A dedicação nos treinos que acontecem duas a três dias na academia durante três meses consecutivos, pesados e exaustivos.

Rafael Macapá (E) encara adversário em pesagem. Amapaense está invicto. Foto: Arquivo Pessoal

O que as empresas costumam dizer quando você procura patrocínio?

Na verdade, elas nem dão chance. As que dão, é mais por meio de influência de amigos. Mas, geralmente as empresas não dão nenhuma resposta.

Como você se sente quando recebe uma resposta negativa?

Eu já estou acostumado. Até parei de procurar porque é frustrante um atleta que está em um alto nível e não tem um apoio de grandes empresas, do governo, secretarias, etc. É frustrante poder contar só com apoio de nossos amigos… mas é assim mesmo, tenho que seguir em frente.

Como foi essa experiência no Shooto?

Sou meio que experiente no Shooto. Já tenho seis lutas nesse evento. A experiência é de estar lutando no melhor evento da América Latina.

Rafael afirma que continuará treinando no RJ, agora campeão. Foto: Reprodução

Qual foi a luta mais complicada?

A mais complicada foi essa última, por se tratar de um cara mais experiente, um campeão…

Como foi a comemoração?

Comemoro até hoje e ela vai ficar por muito tempo. Esse gosto de vitória é bom para ficar ao lada da família e dos amigos para recuperar o gás e voltar para os treinos.

Quais as próximas etapas na sua carreira?

Agora é pensar alto, em algum evento internacional na Rússia, Europa, Estados Unidos, alguma coisa assim. Se não acontecer, vou me preparar para defender o título no Shoto, que é uma excelente oportunidade.

Seles Nafes
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