Caso Emyli tem vídeos, policial calmo e menção a mensagens de texto

Família acredita que Emyli poderia estar viva se não tivesse ficado ferida por muito tempo
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SELES NAFES

Os vídeos de segurança da casa principal e da vila de quitinetes no Bairro do Pacoval, onde ocorreu o homicídio da cabo da Polícia Militar do Amapá, Emyli Karine, de 29 anos, serão essenciais para a Polícia Civil conduzir o inquérito que apura os detalhes do assassinato. Uma compilação foi publicada no Youtube, no canal de Lazione Silva. O portal SN também teve acesso aos vídeos originais.

As imagens são de câmeras espalhadas na casa principal da propriedade, onde mora um casal de idosos e uma cuidadora, e da vila de quitinetes onde morava o casal Emyli e o soldado Kássio de Mangas, assassino confesso da policial.

As imagens mostram Kássio de Mangas chegando a partir das 16h50min do domingo (12), quando havia apenas o casal de idosos e a cuidadora na casa. O restante dos moradores tinha saído para visitar a construção da casa parentes na zona sul. O Bairro do Pacoval fica na zona leste.

Emyli Karine estava sozinha na quitinete que ela havia mandado reformar quando decidiu aceitar que o namorado morasse com ela.  

O soldado chega no carro dela. Ele desce com uma mochila e usando as mesmas roupas com as quais se apresentou na terça-feira (14), na Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCMM), onde recebeu a voz de prisão em cumprimento a um mandado judicial. Ele havia passado dois dias desaparecido, após o assassinato.

Os vídeos não possuem áudios. Cerca de 40 minutos depois ele deixa o apartamento segurando uma pistola na mão esquerda. A idosa ouviu os tiros, mas familiares revelaram que ela ficou com receio de ir ver o que havia ocorrido.

O soldado tenta sair, mas o portão não funciona. Ele volta e pega as chaves para abrir manualmente. Depois fala rapidamente com a idosa e entra na casa para deixar as chaves em cima de uma mesa.

Às 17h31min: Kássio de Mangas deixa a quitinete com Emyli ferida para trás. 40 minutos se passaram

Depois disso, a pedido da idosa, a cuidadora vai ao apartamento e encontra Emyli agonizando. Ela retorna correndo em desespero.

“Ela estava consciente, disse o que houve e ainda pediu água”, comentou uma amiga da família ao portal SN.

A cabo tinha um grande ferimento na parte de trás da cabeça, com perda de massa encefálica, provavelmente produzido por uma pancada. Os tiros acertaram o abdômen, tórax e perna.

A perícia constatou que a causa da morte foi choque hipovolêmico, ou seja, em função do excesso de perda de sangue. A família levanta um questionamento sobre quanto tempo Emyli ficou ferida, e acredita que ela poderia ter sido salva se o soldado tivesse logo chamado uma ambulância.

17h31min: Idosa sabe que algo grave aconteceu

Nesta quinta-feira (16), a delegada Sandra Dantas, que conduz as investigações, ouviu o depoimento da idosa.

Em depoimento, o soldado não quis dar detalhes sobre o motivo do crime, mas insinuou que estaria sendo traído. Ele mencionou que teria encontrado no celular de Emyli supostas mensagens trocadas entre ela e outra pessoa.

No domingo do crime, os dois já haviam concordado em se separar, mas teriam reatado o romance ao meio-dia. Mesmo assim, pela manhã, ele havia retirado da quitinetes todos os pertences pessoais.

Kássio, que está preso no Centro de Custódia do Iapen, foi exonerado do cargo de confiança que ocupava no gabinete civil do governo do Estado. 

Seles Nafes
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