DA REDAÇÃO
“Ao rei tudo, menos a honra”. Com essa frase de efeito, o candidato ao Senado pelo MDB, Gilvam Borges, anunciou em transmissão em rede social, na manhã desta quarta-feira (29), que está retirando seu apoio a candidatura de Waldez Góes (PDT) ao governo do Estado.
Borges falou por cerca de 25 minutos, ao lado dos irmãos, e também partidários emdebistas, Geovani Borges e o deputado federal Cabuçu Borges. Ele acenou que irá se manifestar sobre quem apoiará ao Setentrião na próxima semana, dizendo ter tido conversas com o PSB, de João Capiberibe, e o DEM, de Davi Alcolumbre.
Entre os motivos alegados para a retirada de apoio, Gilvam criticou a quantidade de candidaturas ao Senado que compõem a frente que apoia a reeleição de Waldez ao governo. Além dele, concorrem ao Congresso Nacional: Fátima Pelaes (MDB), Lucas Barreto (PTB), Jorge Amanjás (PPS) e Guaracy Junior (PTC).
“Waldez foi buscar seus ex-adversários”, disse o candidato em alusão a Lucas Barreto e Fátima Pelaes, que seriam os nomes preferenciais de Góes.
Balanço e ruptura
O agora ex-aliado de Waldez fez um balanço da aliança com o PDT, desde 1998 até o presente, e não poupou críticas sobe a falta de cumprimento de acordos ao longo dos anos que contemplassem o grupo da família Borges.
Dentre os pontos destacados, Gilvam recordou que em 2010, foi acusado junto com o senador José Sarney, por setores do PDT, de ter armado os desdobramentos da Operação Mãos Limpas que acabou com a prisão de Waldez e teve como consequência uma reviravolta naquele processo eleitoral.
“Seguindo os ensinamentos de Cristo, não revidamos. Demos a outra face e estendemos as mãos apoiando a eleição de Roberto Góes (PDT), em 2012. Dormimos com a indicação do vice e acordamos sem nada”, disse o candidato sobre a situação em 2010 e as eleições municipais dois anos depois.
Gilvam acusou também o PDT de “fazer de conta” que o apoiou na eleição para a prefeitura de Macapá, em 2016. Segundo ele, o coordenador da chapa, o ex-prefeito Roberto Góes, sumiu da campanha.
“Fomos vítimas daqueles que sempre tiveram nosso companheirismo”, disparou.
Gilvam Borges resgatou ainda que sua atuação com o chamado “Governo Paralelo”, quando atuou na oposição ao governo de Camilo Capiberibe (PSB), ajudou a reabilitar politicamente Waldez após os episódios da Mãos Limpas.
“O PDT escolheu a desonra”, complementou o emedebista sobre as alegadas quebras de acordos.
Papaléo
Gilvam Borges disse ainda, no fim da transmissão, que conversou na terça-feira (28), com o ex-vice-governador, Papaléo Paes (PSD), antes de tomar a decisão e que ambos avaliavam com tristeza os direcionamentos tomados pelo governador Waldez Góes para disputar a reeleição.
“Realinharemos nossas forças.(…) Semana que vem será anunciada posição na disputa ao governo. Eu já pressentia que o punhal estava sendo lançado nas minhas costas. Já me preparava espiritualmente” declarou.
Foto de capa: reprodução/página do candidato