Quilombo do Curiaú homenageia São Joaquim

Será o festeiro do segundo batuque em honra ao padroeiro dos quilombolas.
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DA REDAÇÃO

A comunidade do Quilombo do Curiaú vai promover uma grande festa para homenagear o seu padroeiro, São Joaquim. Folia, ladainha, agradecimentos e roda de batuque vão marcar o evento, que ocorre nesta terça-feira, 14. Será o festeiro do segundo batuque em honra ao padroeiro dos quilombolas.

Músicos fazem a chamada “mão de couro”

Aos 95 anos, Marinho Santos, o Tio Arin, um dos moradores mais antigos do bairro Laguinho, continua uma tradição secular dos descendentes do quilombo do Curiaú. Sua família é a responsável pela programação, que inicia às 6h e encerra no dia seguinte, quarta-feira (15).

Ladainha e agradecimentos vão marcar o evento

Tio Arin não sabe dizer quando a devoção começou, mas diz ter mais de 120 anos. Ele conta que o seu avô, Carino Clementino do Rosário, homem de confiança do pioneiro Ernestino Borges, trouxe a imagem do Pará, dando início aos louvores, atrelados à tradição do batuque no Curiaú.

Promessas são feitas ao santo, e se a graça for alcançada, o abençoado paga com muita fé e faz a festa em agradecimento. “São muitas histórias de bênçãos, no caso da minha família, não fizemos nenhuma promessa, mas demos a um vizinho nosso que precisa de saúde, a oportunidade com o santo milagroso”, diz Tio Arin.

Desde o início de agosto a família Santos prepara a festa, que será recheada com gengibirra, enfeites, caldo e churrasco.

A devoção inicia às 6h, com alvorada de fogos na Igreja de São Joaquim. Às 8h, os foliões, moradores do quilombo, sob o comando de seu João da Cruz, cantam e tocam instrumentos rústicos de percussão e corda para acompanhar a bandeira do santo ser levantada no mastro. Logo depois é servido o café.

Homenagens são feitas em rodas de batuque

Durante a manhã toda, enquanto o almoço é preparado, os músicos fazem a chamada “mão de couro”, quando o amassador, o pandeiro e o dobrador são tocados. Às 19h, inicia a ladainha com os foliões, encabeçada por João da Cruz e seu Joaquim, o conhecido Carolina, que cantam a reza em latim.

Após o jantar, que seguindo o ritual do almoço é servido primeiro para os foliões, iniciam as rodas de batuque, que prosseguem pela madrugada até o amanhecer.

“Todos são bem-vindos para a ladainha, refeições e rodas de batuque. Nossa festa no quilombo é para se divertir e louvar”, convida seu Arin.

Fotos: Mariléia Maciel

Seles Nafes
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