Criança sofre queimaduras dentro de escola pública

Menina teve lesões de 1º e 2º graus.
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RODRIGO INDINHO

A mãe de uma criança de 8 anos registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal após a filha sofrer queimaduras no âmbito escolar e a coordenação da instituição demorar a ofertar socorro à vítima, segundo ela. O caso aconteceu na manhã de quarta-feira (5), na Escola Estadual Princesa Izabel, no Centro de Macapá.

De acordo com Raissa Rêgo, a escola tem uma prática chamada “Ajudante do dia”, onde 2 alunos são escolhidos para colaborar com os afazeres na sala de aula e também na cozinha da instituição, em busca de lanches para a turma.

Numa dessas idas à cozinha, segundo a mãe, sem o acompanhamento de um adulto, a pequena Luara Maria foi ferida.

Acidente aconteceu na escola Princesa Izabel Foto: Rodrigo Indinho

“A servente ia jogar uma concha com água quente na pia e jogou na minha filha, pegando no rosto e ouvido dela. Percebendo o acidente, ela pediu desculpas e a encaminhou para a sala. Outra aluna percebeu a orelha dela vermelha e inchada, então, foram para a coordenação ligar para a família, mas lá, os funcionários ficaram conversando se iam ou não levar Luara para o hospital, já que, ao ver dos funcionários, não tinha sido nada grave. Minha irmã, que estuda na Ueap, decidiu ver como a sobrinha se sentiu com o novo motorista, e chegando lá soube do caso e se deparou com a indecisão, só ai, foi decidido levar Luara para o HE”, contou a mãe.

Segundo ela, o fato aconteceu às 10h, mas, somente por volta de 11h45 a diretora da escola entrou em contato com família para pedir desculpas pelo ocorrido e saber do estado clínico da aluna.

“O que me deixa indignada é que em nenhum momento alguém da escola me ligou, eu soube pela minha irmã,​ que já me avisou do hospital. Trata-se da vida de uma criança, minutos depois a professora me ligou, então eu não quis mais conversa, queria cuidar de minha filha. Por volta de 11h45 a diretora ligou dizendo que estava triste com a situação e  eu disse que ia conversar com ela na escola, mas ela estava para Santana resolvendo outros problemas e não podia me atender. Lamentável o que acontece na escola”, lamentou Raissa.

Menina teve ferimentos na cabeça Foto: Rodrigo Indinho

A família denunciou o caso no Conselho Tutelar e na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Crianças e Adolescentes (Dercca), após a menina passar por exame na Politec. Foi constatado, através de laudo médico, queimadura de 1° e 2° graus na criança de 8 anos, que já está em casa.

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou, em nota, que “a estudante entrou na cozinha da escola (sem autorização) correndo para pegar o próprio lanche na geladeira, quando esbarrou no braço de uma das merendeiras, que estava escaldando as louças utilizadas no refeitório. A água quente (utilizada para lavar as louças) respingou na estudante, ocasionando, assim, queimaduras leves”, diz a nota.

O documento diz ainda que assim que ocorreu o acidente, imediatamente, a diretoria ligou para a mãe da aluna para avisar sobre o ocorrido. Ao mesmo tempo, a estudante foi encaminhada para o Hospital de Emergências de Macapá acompanhada por uma professora do colégio e pela tia da criança, no trajeto à unidade de saúde.

Segundo a Seed, a direção da escola proíbe a entrada de estudantes na cozinha da unidade de ensino, e tentou, por diversas vezes, dialogar com a mãe da aluna, mas, sem sucesso.

A direção da escola afirma que o projeto “Ajudante do dia”, onde alunos são escolhidos para colaborar com os afazeres na sala de aula, não se estende a outros espaços do colégio, e nada tem a ver com o ocorrido – como relatado pela mãe da aluna.

A mãe da estudante contestou a nota e mandou “prints” de conversas com a professora, que alega que o “Ajudante do dia” se estende sim para outros ambientes da escola.

Mãe apresentou o print como sendo a conversa com a professora, logo após o acidente

Seles Nafes
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