Deputado estadual é denunciado por uso de documento falso

Júnior Favacho teria usado uma falsa edição do Diário Oficial do Estado no processo em que responde por excesso de contratação de servidores
Compartilhamentos

DA REDAÇÃO

O deputado estadual Júnior Favacho foi denunciado pelo Ministério Público do Estado por uso de documento falso e fraude processual. Ele teria usado uma falsa edição do Diário Oficial do Estado (DOE) em outro processo.

Desde 2015, o ex-presidente da Assembleia Legislativa responde a uma ação de improbidade junto com o também ex-presidente da Alap, Moisés Souza, preso desde 2016 por crimes de corrupção.

Nesta outra ação, os dois são acusados de contratar servidores temporários em excesso. De acordo com o MP, durante as duas gestões, o número de servidores nomeados chegou a 1,6 mil, quando o máximo permitido por lei é de 810 funcionários.

Na defesa, o deputado protocolou vários documentos, entre eles o Diário Oficial do Estado onde constaria uma alteração na legislação que passaria a permitir as nomeações.

O MP desconfiou, especialmente por causa do tamanho das letras, espessura do papel e do padrão gráfico. Funcionários da Imprensa Oficial, onde o DOE é impresso, confirmaram em depoimento que se tratava de falsificação.

Além disso, havia “grosseira adulteração no quadro de quantitativo de cargos, chegando, por vezes, ao sêxtuplo da publicação oficial”. 

O MP sustenta que o deputado tentou induzir o juiz a erro.

Promotor Afonso Guimarães: advogada deveria ter comparado o documento. Fotos:Arquivo/SN

“Não pairam dúvidas de que Júnior Favacho tinha pleno conhecimento de que as nomeações, por ele perpetradas no âmbito da ALAP, davam-se em infringência da legislação vigente, sobretudo porque, a despeito da praxe daquele parlamento e da certeza da impunidade, todos sabiam – ou pelo menos deviam saber, na qualidade de legisladores -, que as nomeações para cargos inexistentes feriam de morte a legislação e todos os princípios administrativas que regem o Estado Democrático Brasileiro”, comentou na denúncia o promotor Afonso Guimarães. 

Advogada

O MP também denunciou a advogada Wiliane Favacho por participação direta nos crimes. Ela é prima do deputado. O promotor acredita que ela precisa explicar a origem do documento.

“Primeiramente porque a adulteração salta aos olhos, inclusive para aqueles que não têm qualquer familiaridade com as publicações oficiais do Estado do Amapá. Desta feita, (…) a denunciada deveria, no mínimo, por uma questão de cautela, cotejar (comparar) os documentos apresentados pelo parquet e cogitar, em sede de defesa, a discrepância existente entre as publicações”, justificou.

O portal SelesNafes.Com aguarda um posicionamento da assessoria do deputado. 

 

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!