Música de rapper amapaense alerta para depressão e suicídio

Ival Júnior, de 19 anos, conhecido no meio artístico como JottaErre Mc, é acadêmico de filosofia
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RODRIGO INDINHO

Um jovem cantor de rap compôs uma música para chamar atenção da sociedade quanto à depressão e, posteriormente, o suicídio. Segundo o artista, a música foi composta há um ano, depois que ele assistiu a uma aula na escola que tratava dos problemas reais sofridos pelas famílias e que avançam, silenciosamente, no Brasil. Assista:

O acadêmico de filosofia, Ival Júnior, de 19 anos, conhecido no meio artístico como JottaErre Mc, é morador do bairro Vale Verde, no distrito da Fazendinha, zona sul de Macapá. Ele conta que a composição surgiu após uma aula em alusão ao Setembro Amarelo, campanha que busca trazer o diálogo sobre a conscientização e a prevenção do suicídio para a sociedade.

“Fui aluno do Gabriel de Almeida Café [antigo CCA – Colégio Comercial do Amapá], e era conhecido por realizar trabalhos musicais nos projetos da escola. Por ter sofrido bullying e passar por depressão, o professor Luiz Corrêa me incentivou e me apoiou a escrever uma letra sobre o suicídio, em alusão ao Setembro Amarelo.

Na época, era o auge da série “Os treze porquês” [13 Reasons Why], que retrata o assunto e destaca os motivos que destroem a vida das pessoas, de forma silenciosa, e, então, as ideias foram surgindo”, revelou JottaErre.

De acordo com o jovem artista, o objetivo principal é fazer as pessoas se conscientizarem de que a depressão é um problema que precisa de atenção e de cuidados, que podem mudar e salvar a vida de uma pessoa. Ele lembra que, após uma apresentação da música na escola, uma menina caiu em prantos e o agradeceu.

“Quando terminei de cantar, fui falar com uma menina que estava chorando muito por causa da música. Ela me abraçou muito apertado, e disse para eu nunca parar com o trabalho e agradeceu muito por eu ter dito o que ela passava em sua vida em uma canção. Isso me motivou e me mostrou que esse mal da depressão é realidade na sociedade. Então, pensei que poderia levar essa mensagem para outras pessoas através da internet. No YouTube foi tímida, mas no Facebook, a aceitação foi boa e, em poucos dias, o vídeo teve mais de 10 mil visualizações e foi bem aceita. Isso é gratificante”, orgulhou-se.

O Mc afirma que é só o começo de uma longa jornada e que continuará produzindo músicas com temas relevantes, polêmicos e de conscientização para alertar a população. Ele ressalta que a família tem um papel fundamental na vida de um ser humano.

“Já sofri preconceito de alunos e professores na escola e até da minha família. Mas não desisti. Superei por ter pessoas que me entenderam e por minha própria determinação de querer e ser experiência própria para as pessoas que passam por esse mal. Então, busque conversar, entender e se aproxime de seu amigo ou familiar que está estranho, você pode ajudar a salvar uma vida”, alerta.

Foto de capa: Rodrigo Indinho/SN

Seles Nafes
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