SELES NAFES
O candidato ao governo do Amapá pelo DEM, Davi Alcolumbre, anunciou que irá solicitar oficialmente, na manhã desta sexta-feira (5), que a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública (Sejusp) garantam a integridade física dele e de sua família. A motivação surgiu após dois episódios suspeitos envolvendo policiais civis e carros da Sejusp e Polícia Civil.
A esposa do candidato, a advogada Liana Andrade, afirma que foi seguida por um carro por volta das 21h. Depois de andar por várias ruas próximas de sua casa, no Bairro do Trem, e sempre visualizando o mesmo carro no retrovisor, ela disse que conseguiu despistar o veículo.
Ao retornar por outra rua, ela viu o mesmo carro parado, já próximo de sua casa, e decidiu parar ao lado do veículo para perguntar do que se tratava.
“Um homem de preto desceu armado do carro e uma mulher de preto também desceu. Ele disse que estavam namorando, e perguntou se eu estava sozinha. Olhou o meu carro e perguntei porque ele estava armado. Respondeu que se eu quisesse poderia registrar queixa na delegacia”, comentou a esposa de Davi Alcolumbre.
“Depois fomos olhar nas câmeras de segurança da nossa casa e vimos que esse mesmo carro já estava aqui na frente de casa desde as 20h”, acrescentou ela, bastante abalada.
Logo após a abordagem, Liana Andrade tentou registrar queixa na Polícia Federal, mas no prédio da superintendência não havia delegado de plantão. Apenas um boletim de ocorrência foi registrado.
Placas
O veículo suspeito, uma Parati, desapareceu, mas a placa foi anotada, e consta no sistema do Detran como um veículo que pertence ao patrimônio da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Logo em seguida, dois assessores que saíram da casa de Davi para comprar refrigerantes foram abordados por policiais armados. Dois deles foram reconhecidos como sendo um delegado e um agente.
Eles fizeram revista pessoal e veicular, mas nada foi encontrado, e os assessores acabaram sendo liberados. Durante toda a abordagem, os assessores afirmam que tiveram apontadas para eles.
Os policiais estavam num Gol preto, descaracterizado, que também consta no sistema como um carro a serviço da Delegacia Geral de Polícia. Neste caso, também havia uma viatura oficial da Polícia Civil.
Segurança
Por volta de meia-noite, Davi Alcolumbre ligou para o secretário de Segurança Pública, Carlos Souza, relatando os fatos. O secretário ofereceu uma viatura da PM para fazer a segurança, mas até as 3h nenhuma equipe policial foi enviada à residência do candidato.
O senador Randolfe Rodrigues e o prefeito de Macapá, Clécio Luís, ambos da Rede, foram até a residência e informaram que pedirão providências da PF e da Sejusp.
Veja no vídeo.
Procurado pelo portal SN, o secretário de Segurança Pública do Amapá, Carlos Souza, informou que existem vários carros oficiais em nome da Sejusp, mas que não necessariamente estão a serviço da segurança pública.
Ele confirmou que houve o pedido de auxílio de Davi durante a madrugada.
“Nós garantimos a segurança dele e de sua família”, afirmou.
O secretário disse ser solidário ao sentimento da família de Davi Alcolumbre, mas ponderou que primeiro precisa apurar os fatos.
“Expliquei ao senador que as polícias (Técnica, Civil e Militar) têm autonomia, e não sei dizer agora o que levou o delegado a fazer a abordagem, mas existem várias operações em andamento. (…) O delegado explicará o que o levou a fazer a abordagem”, assegurou.
“Estamos mais preocupados com o que aconteceu com a esposa dele, e não podemos afirmar se está vinculado ao delegado. Entendo a preocupação dele (Davi), e isso é pertinente porque a abala qualquer um. A família terá todo o nosso apoio”, concluiu.