Murici e ingá. Duas das frutas mais tradicionais da Amazônia não tiveram as árvores reconhecidas por estudantes durante um quiz improvisado sobre as árvores frutíferas da região. A brincadeira aconteceu durante um passeio, na manhã deste sábado (6), que fez parte de uma programação organizada pela Amcel para comemorar o Dia das Crianças.
O objetivo era proporcionar diversão com agregação de conhecimento ambiental e de sustentabilidade. O passeio com aulas ao ar livre foi o presente perfeito para estudantes do ensino fundamental que são filhos de funcionários da companhia, uma das maiores exportadoras de cavaco do Brasil para fabricação de celulose e móveis.
O passeio foi realizado dentro da única unidade de conservação particular da cidade de Santana, no Amapá, a Reserva do Patrimônio Particular Natural (RPPN), situada às margens do Rio Amazonas. O local é um dos poucos do Amapá ainda em funcionamento.
Paulo Amorim explica sobre os limites da reserva. Fotos: Seles Nafes
Quiz sobre as plantas e árvores da Amazônia: transmissão de conhecimento
As crianças foram saudadas pelo proprietário da RPPN, o médico Paulo Amorim, que há 20 anos luta para manter o local em funcionamento. A Amcel é uma das parceiras que ajuda na preservação de mais de 300 espécies de animais da fauna amazônica mantidas no santuário.
“Para fazer um tipo de comemoração adequada e dentro dos valores da empresa nós optamos pela aula/passeio. Assim, as crianças descobrem esses valores ambientais”, justificou a relações públicas da Amcel, Heloísa Melém.
Mateus, que cursa o 6º ano, gostou da coruja e do quiz que Paulo Amorim fez sobre as plantas e árvores frutíferas da Amazônia. Todas as perguntas foram feitas com muito bom humor.
“Estou há 44 anos no Amapá observando o esvaziamento da cultura regional. Quando não conhecemos o nosso entorno esse espaço passa a ser ocupado por culturas alienígenas e pela cultura televisiva, as vezes bastante negativa”, frisou Amorim.
Gavião Real é um dos “moradores” do santuário
Miau tem 16 anos, e chegou com apenas 2 meses na RPPN
Paulo Amorim e os “predados” no mundo animal
A onça “Miau”
Entre os animais que moram na reserva está a onça pintada “Miau”, nome dado por estudantes após um concurso promovido pela RPPN. Recentemente, a onça se acidentou por causa do estresse da música alta de uma festa ao lado da reserva, e acabou perdendo as garras. Ela precisou passar por uma cirurgia.
Quando chegou na reserva, Miau, que hoje tem 16 anos, tinha apenas dois meses, e foi salva após a mãe ter sido morta por caçadores interessados no couro do animal.
Também há outras espécies na RPPN, como uma coruja que chegou há 9 anos ferida por linha encerada, além de porquinhos da Índia, gavião real, cutias e outros animais.
Mateus e Eduardo: diversão com conhecimento
Relações públicas Heloísa Melém com o filho de um dos funcionários da Amcel
Vice-presidente da Amcel, Yuji Naruse e esposa
Eduardo, do 8º ano, disse que ficou encantando pelo porquinho da Índia, e que aprendeu bastante sobre o animal.
“Ele só pode ser criado em sociedade. Se ele viver sozinho ele fica deprimido e pode morrer”, ensinou. As crianças também conheceram a importância dos igarapés. Um deles, corta a área da reserva.
Sustentabilidade
O vice-presidente da Amcel, Yuji Naruse, acompanhou o passeio/aula, e disse que a palavra-chave da empresa é a sustentabilidade.
“Sem sustentabilidade, não apenas os negócios vão mal, mas a vida em geral nas comunidades corre riscos”, ponderou.
Reserva existe há 20 anos
Crianças conheceram a importância dos igarapés formados pelo Rio Amazonas
