ANDRÉ SILVA
A academia do ex-atleta de taekwondo Bruno Igreja, que atende mais de 160 jovens e adolescentes de forma gratuita, corre o risco de fechar as portas.
O espaço existe há cinco anos no Bairro Jardim Marco Zero, na zona sul de Macapá, e desde então vem sendo alvo de processos. Tudo porque um vizinho da academia tem se incomodado com o barulho fazem durante os treinos.
O projeto social ‘Nascidos para vencer, desistir jamais” nasceu em 2011 e começou atrás da casa do atleta amapaense Bruno Igreja, na avenida Mercúrio. A residência era dos pais dele que resolveram doar o terreno para que o filho pudesse realizar um desejo que era o de expandir a iniciativa.
Conforme o espaço foi aumentando, foi crescendo também o número de participantes e, com eles, o barulho. Além disso, o vizinho ainda reclama que a academia cresceu sem planejamento, tendo seu telhado construído em cima do muro.
“Ele [o vizinho] alega que o entra e sai dos meninos incomoda. Além disso, tem a questão de o telhado da academia ser construída em cima do muro. A gente cresceu sem esses tipo de planejamento, até porque nós não tínhamos recursos porque não cobramos pelas aulas”, justificou Bruno Igreja.
Na última audiência, que aconteceu no dia 17 de outubro, o atleta ofereceu um acordo para o vizinho, que consiste em revestir a academia com material acústico, o que segundo ele, pode impedir a passagem do som emitido pelos atletas.
Para essa adaptação, Igreja calculou um custo de R$ 30 mil. Ele também já avalia que o revestimento irá obrigá-o a climatizar o local, o que vai onerar ainda mais a academia com o custo da energia elétrica. A reforma está programada para iniciar em 1º de janeiro. Hoje, a academia sobrevive por meio de doações.
Para arrecadar o dinheiro, Bruno Igreja lançou uma vaquinha virtual, que pode ser acessada no endereço eletronico: www.vakinha.com.br/vaquinha/
Quem tiver interesse em participar do sorteio pode comprar a rifa pelo telefone 98127-1257.
O que diz o vizinho
Edson França dos Santos, de 43 anos, é funcionário público e mora no local há 20 anos. Ele conta que não é contra o projeto e sim contra o barulho. O vizinho se defende, dizendo que o local é uma área residencial e que o atleta começou dando algumas aulas e, ao poucos, foi aumentando o espaço. Para isso, fez uso do muro para construir o telhado da academia.
“No momento em que ele começa a trazer muita gente, criar essa academia e toda movimentação e barulho que ele produz aí dentro, automaticamente aqui em casa você não consegue ter paz. A partir das 19h é só barulho”, reclamou o morador.
França diz que tentou conversar com o atleta e encontrar um denominador comum para o problema, mas, segundo ele, Bruno Igreja sempre via a iniciativa com “maus olhos”. O vizinho disse que não é contra o projeto social. Ele se ofereceu para ajudar no que for necessário para adaptar o local.