Cemitério park vendeu jazigos sem possuir área, afirma Polícia Civil do Amapá

Dono da empresa foi indiciado por estelionato
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SELES NAFES

O responsável pelo “Jardim das Oliveiras Cemitério Park” foi indiciado por estelionato, segundo informou a Polícia Civil do Amapá nesta terça-feira (4). O empreendimento seria construído às margens da estrada de ferro, próximo da Rodovia AP-440, mas nunca recebeu nenhuma benfeitoria. Na verdade, nem terreno o cemitério possuía.

As investigações foram realizadas pela 6ª Delegacia de Polícia. O Jardim das Oliveiras Cemitério Park foi lançado em 2014 e teria as obras concluídas em 2017. O empreendimento não tem relação com o Cemitério Park Coração Eterno, que está em atividade no Distrito do Coração.

Pelo projeto apresentado aos clientes, o Jardim das Oliveiras Cemitério Park seria composto de capela para cultos ecumênicos, capelas mortuárias, floricultura, lanchonete, estacionamento e segurança 24 horas, além de uma grande área verde. Contudo, quase quatro anos depois do lançamento, nenhuma obra foi realizada no local que a empresa nem chegou a adquirir.

Ilustração mostra propaganda e realidade. Imagens: Polícia Civil

“Esse terreno nem foi vendido para a empresa. O dono disse que recebeu uma oferta de R$ 3,5 milhões, mas que não aceitou a forma de pagamento que seria o parcelamento em várias vezes. Mesmo assim, o dono do cemitério disse em depoimento que quis gerar capital, e fez contrato com os clientes e depois fez um aditivo dizendo que iria entregar em março de 2018, mas só tem mato lá”, explicou o delegado Leandro Leite, que presidiu o inquérito.

De acordo com as investigações, centenas de pessoas adquiriram os jazigos que custavam entre R$ 5,9 mil e R$ 6,4 mil. Em depoimento, o proprietário alegou que não entendeu porque seus sócios continuaram vendendo os planos mesmo depois da negociação pelo terreno ter sido infrutífera.

Projeto vendia a ideia de que o lugar seria confortável e luxuoso…

Mas terreno nem chegou a ser vendido para o cemitério park

Sumiu

“A gente procurava ele, e sempre tinha uma desculpa para não entregar a obra, como por exemplo as máquinas que estariam sendo usadas em outra obra na Duca Serra, e só quando terminasse essa obra é que elas iriam lá para o cemitério. (…) Tinha um local onde assinamos os documentos (contrato), mas depois ele não estava mais lá e não conseguimos mais falar com ele”, explicou Frank César de Andrade, um dos clientes lesados.

Assim como centenas de outros clientes, Frank Andrade passou mais de 1 ano e meio pagando as prestações do jazigo. Os clientes formaram um grupo no WhatsApp para buscar reparação.

O Portal SelesNafes.Com tentou contato com o empresário José Canto Júnior, dono do projeto do cemitério park, mas a operadora informa que o número dele não possui um serviço de caixa postal para recados.

O empresário foi indiciado por estelionato na modalidade “de disposição de coisas alheias como própria”, previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro, que tem pena de 1 a 5 anos.

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