Atração de reserva particular do Amapá morre após 17 anos

Miaú estava com câncer linfático há 3 anos
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Da LEONARDO MELO

Uma das principais estrelas da Reserva do Patrimônio Natural (Revecom), a onça “Miau”, morreu após 17 anos vivendo no parque, fundado há mais de 20 anos na tradicional Vila Amazonas, às margens do Rio Amazonas, no município de Santana, cidade a 17 km de Macapá. A causa da morte foi um linfoma agudo, um tipo de câncer.

A doença foi diagnosticada há cerca de 3 anos quando o felino passou por uma série de exames antes de uma cirurgia para retirada das unhas. A onça tinha se ferido bastante com as garras durante um episódio de estresse causado pelo barulho de uma festa de réveillon, realizada ao lado do parque.

“Nós detectamos um nódulo no flanco direito que ficou estável, mas apareceu outro num ombro. E esse nódulo necrosou e ficamos apreensivos. É difícil tratar um felino com quimioterapia, já que para cada sessão seria necessário anestesiar, e isso ia matar o animal. Então decidimos deixar a natureza seguir seu curso”, explicou o médico Paulo Amorim, proprietário da Revecom.

Miau resistiu durante três anos com o câncer, até a madrugada do último sábado (19). O corpo dela foi enterrado dentro da Revecom, e uma espécie de memorial foi construído na sepultura contando a história dela. A onça tinha chegado ainda filhote à Revecom, levada pelo Batalhão Ambiental após uma apreensão.

Paulo Amorim dá aulas de preservação ambiental. Fotos: Arquivo/SN

Miau em outubro de 2018. 3 anos com câncer

Com a morte da onça restam ainda 299 animais na Revecom, entre eles dois felinos: jaguatirica e um gato maracajá. Existe ainda bandos de macacos, dezenas de jabutis, cutias e pássaros, entre eles a grande harpia.  

A Revecom se mantém graças a parcerias com a Amcel, Cianport e prefeitura de Santana. Com o município cada parcela mensal é de R$ 15 mil, mas há quatro meses não feitos os repasses.

Além desses convênios, a Revecom conta com a taxa de visitação, mas o valor acaba sendo baixo porque mais de 90% das visitas são de alunos das escolas municipais. Foram mais de 2 mil no ano passado. Os estudantes recebem aulas ao ar livre sobre a fauna e flora. 

Gavião Real é um dos 299 “moradores” que restaram

Seles Nafes
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