OLHO DE BOTO
O acusado de matar um estudante de enfermagem na manhã da segunda-feira (7), durante uma briga no Centro de Macapá, alegou que a morte foi uma fatalidade. O microempresário Uesclei Maia Pereira, de 31 anos, alegou que o homicídio, na verdade, teria sido um acidente.
A prisão ocorreu em flagrante logo após o crime. Durante depoimento na Delegacia de Homicídios (Decipe), ele acusou o estudante de enfermagem Gibson Farias Dias, de 26 anos, de ter furtado um celular da residência dele. Os dois estavam bebendo juntos desde a noite de domingo.
Uesclei Pereira disse que sentiu falta do celular quando se recolheu para dormir, e a esposa teria informado que o estudante teria entrado no imóvel e apanhado o aparelho.
O acusado alega que a briga começou quando questionou o estudante sobre o celular.
“Ele foi querer se alterar comigo porque era maior e mais forte. Nessa discussão eu apanhei e revidei. No momento oportuno pulei em cima dele para neutralizar. Foi quando caí por cima dele com o mata-leão e aconteceu essa fatalidade”, disse ao Portal SN. A defesa não permitiu fotos frontais do acusado.
Gibson Dias estava imobilizado e desacordado quando os policiais militares, acionados por moradores, chegaram ao local, na Avenida Ataíde Teive, no cruzamento com a Rua Jovino Dinoá. Eram quase 6h. O Samu constatou que o rapaz imobilizado já estava morto. Havia muitos ferimentos no rosto dele.
Inverso
O delegado Wellington Ferraz, que investiga o caso, encontrou falhas na versão apresentada pelo acusado. A principal contradição foi o fato de o celular do infrator ter sido localizado, mas o da vítima desapareceu.
“Esse celular (supostamente furtado) não foi encontrado com a vítima, foi encontrado nas proximidades do imóvel. A esposa compartilhou essa desconfiança com ele. Houve discussão, e na briga matou o rapaz”, relatou o delegado.
“Na verdade, na prática, há uma inversão, já que o celular da vítima é que não foi encontrado. Desapareceu. Isso não quer dizer que o infrator tenha levado, mas outras pessoas que estavam próximas, sim”, frisou o delegado. Imagens de câmeras da vizinhança poderão ajudar a esclarecer esse fato.
Uesclei Pereira alegou que possui uma pequena oficina de manutenção em injeção eletrônica de veículos. A polícia confirmou que ele nunca se envolveu com crimes.
“Mas é uma pessoa que costuma de alterar quando bebe. A própria esposa relata. (…) É uma pessoa que não é envolvida com crimes, mas se excedeu numa noite que culminou com a morte da vítima”, concluiu o delegado.
O acusado foi encaminhado para audiência de custódia na manhã desta terça-feira (8).