Eleição no Senado: Davi resiste por 5h, mas Renan derruba voto aberto no STF

Sessão foi suspensa e será retomada neste sábado (2)
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Por SELES NAFES

O senador pelo DEM do Amapá, Davi Alcolumbre protagonizou uma guerra no Senado, na noite desta sexta-feira (1º). Depois de cinco horas resistindo à pressão da tropa de Renan Calheiros (MDB-AL), após submeter à aprovação do plenário o voto aberto para eleição da mesa diretora, Davi Alcolumbre recebeu ainda de madrugada a notícia de que o STF tinha interferido na eleição.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, acolheu pedido do grupo de Renan Calheiros, candidato à presidência pelo MDB, e tornou nula a votação em plenário pelo voto aberto. O ministro alegou que o voto secreto é expresso pelo Regimento Interno, e essa regra só poderia ser alterada por votação unânime, o que não foi o caso.

O ministro mandou notificar o ministro José Maranhão (MDB), de 85 anos, escolhido para continuar a eleição após um longo impasse.

Horas antes, como único remanescente da mesa diretora anterior, Davi tinha presidido sem nenhum questionamento a sessão de posse dos novos senadores, mas passou a ter a legitimidade como presidente interino apedrejada por aliados de Renan logo no início da reunião preparatória da eleição, onde foram discutidos e votados os ritos do pleito, entre eles o voto aberto ou secreto.

Dos 80 senadores presentes, o plenário aprovou por 50 votos a 2 a proposta apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede) para que o voto fosse nominal e aberto.

No entanto, Renan Calheiros e senadores como Jáder Barbalho (MDB-PA) e Eduardo Braga (MDB-AM), além de Kátia Abreu (PDT-TO), a mais exaltada de todos, foram os que mais combateram o voto aberto e a condução dos trabalhos por Davi Alcolumbre, que oficialmente ainda não era candidato.

Papelão: Senadora Kátia Abreu “rouba” papelada da mesa diretora para travar sessão

No momento mais bizarro da sessão, Kátia Abreu arrancou das mãos de Davi a pasta com todas as respostas para as questões de ordem apresentadas durante a sessão. Ainda como presidente interino, Davi manteve a calma e pediu várias vezes para que os documentos fossem devolvidos.

Só por volta das 21h é que os senadores chegaram a um acordo para que José Maranhão assumisse a eleição, desde que a decisão plenária pelo voto aberto fosse mantida no sábado. A sessão foi suspensa, e por volta da meia-noite Solidariedade e MDB ingressaram com o pedido de liminar para que Toffoli anulasse o voto aberto.

A eleição vai continuar, às 11h, horário de Brasília (HBV).

Davi resistiu a cinco horas de pressão. Foto de capa:

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