O ex-presidente do Imap, Bertoldo Dewes (foto acima), foi preso em Macapá. O novo secretário de Desenvolvimento Rural, Daniel Sebben, foi alvo da operação
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Por SELES NAFES
O Ministério Público Federal do Amapá confirmou, na manhã desta quinta-feira (14), a prisão preventiva de um ex-presidente do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial (Imap). O MPF e nem a PF quiseram divulgar o nome, mas o Portal SN apurou que o preso é Bertoldo Dewes. Apesar de estar morando em Brasília, o ex-gestor foi detido em Macapá.
A residência do ex-presidente da Aprosoja e novo secretário de Desenvolvimento Rural do governo do Amapá, Wanderley Daniel Seben, também foi alvo do cumprimento de mandado de busca e apreensão.
A prisão de Bertoldo ocorreu durante mais uma fase da “Operação Shoyu”, que investiga um esquema criado para beneficiar produtores de soja. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas sedes do Imap e da Associação de Produtores de Soja do Amapá (Aprosoja), no Bairro Central de Macapá. Um mandado foi cumprido no Ibama, em Brasília.
Segundo as investigações, o ex-presidente “chefia a organização criminosa e é um dos responsáveis por arquitetar os delitos. Partiram dele determinações para que servidores do órgão simulassem autuações a produtores de soja por ausência de Autorização de Supressão Vegetal”, informou o MPF, em nota à imprensa.
De acordo com o MPF, o grupo simulava autos de infração para reduzir as multas aplicadas pelo Ibama. Os valores oscilavam entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão, mas teriam sido unificados em R$ 60 mil, gerando um prejuízo aos cofres públicos calculado em R$ 7 milhões. As fraudes também teriam liberado áreas embargadas.
A MPF diz que o então presidente Bertoldo Dewes chegou a promover uma reunião em Brasília, em junho de 2017, com a presença de servidores e representantes dos plantadores de soja.
“A atuação em favor dos produtores de soja seria supostamente recompensada por financiamento, no valor de meio milhão de reais, de uma possível candidatura do ex-gestor a cargo eletivo”.
Equipe da PF cumpriu mandado na sede da Aprosoja. Foto: PF/Divulgação
Mandados de busca foram cumpridos no Imap, como em abril de 2017
O MPF alega que pediu a prisão preventiva para evitar interferência nas investigações e que o ex-presidente continue exercendo influência no Imap.
Outras quatro pessoas foram alvos do cumprimento de mandados. Um deles é um servidor do Imap que foi afastado das funções. Outros três são ligados à Aprosoja, entre eles o atual secretário de Desenvolvimento Rural, Daniel Seben, empossado no cargo em janeiro pelo governador Waldez Góes (PDT).
