AVC é a 2ª causa de mortes no Amapá; médico explica como evitar

Isaías Fiúza, da Med Diagnósticos, fala dos fatores de risco e revela que há casos de perda da visão após episódio de AVC
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Depois das doenças cardíacas, o AVC é a principal causa de mortes no Amapá. Quando não mata, o acidente vascular cerebral pode deixar sequelas para o resto da vida, entre elas a perda dos movimentos de um lado do corpo e até da visão.

Contudo, o AVC pode ser evitado com medidas simples e mudança de hábitos.

O socorro rápido e o tratamento correto, dentro do prazo máximo de quatro horas e meia a partir dos primeiros sintomas, pode fazer uma gigantesca diferença.

O Portal SelesNafes.Com conversou com o neurologista Isaías Fiuza Cabral, do centro clínico Med Diagnósticos, de Macapá.

O médico tem especializações em neurocirurgia no Brasil e neuro-oncologia na Alemanha. É membro das sociedades brasileiras de Neurologia e Cefaleia, além de integrar a Sociedade Norte Americana da Coluna e Sociedade Brasileira para Estudo da Dor.   

Isaías Fiúza é especialização em neurocirurgia e neuro-oncologia. Fotos: Seles Nafes

O que é o AVC?

É uma interrupção abrupta do fornecimento de sangue para o cérebro. Pode ser o isquêmico, que ocorre quando entope uma das artérias do cérebro; ou o hemorrágico, quando uma das artérias se rompe, e como se rompeu não chega sangue ao cérebro.

É mito ou fato que fazer muita força física pode provocar um AVC?

É fato para as pessoas que já possuem o aneurisma cerebral. As vezes as pessoas têm, mas desconhecem isso. O esforço físico pode aumentar a pressão intracraniana e causar a hemorragia.

Mudanças de hábito evitam o AVC

E o que é o aneurisma?

É quando uma parede do vaso tem uma bolha. Normalmente essa bolha é muito frágil, e pode se romper…

Existem grupos de risco para o AVC?

Sim. Os principais fatores de risco são a pressão arterial e o diabetes. Nesse grupo, estão também os tabagistas e os obesos

Tem idade de risco?

Acima dos 50 anos. Mas isso não quer dizer que não existam AVCs em pacientes jovens, inclusive em crianças com algumas doenças genéticas ou má formações cerebrais  

Por que o AVC provoca sequelas motoras?

Como interrompe o fornecimento de sangue para o cérebro, dependendo da região afetada, isso leva à sequela. Ou seja, aqueles neurônios vão morrer. Se uma artéria que leva sangue para a área motora for afetada, o paciente vai perder a força muscular de um lado do corpo.

Os AVCs menos conhecidos, os da região de trás da cabeça, por exemplo, podem levar à perda da visão. Ele (o paciente) vai continuar andando, mas com a perda súbita da visão de um dos olhos.

Sequelas podem ser reversíveis, mas reabilitação leva meses

Nesse caso, a sequela é reversível?

Todos os AVCs podem ser reversíveis, mas é muito demorado. No caso das sequelas motoras, são necessários meses de reabilitação. No caso do AVC na área da visão, pode ser que a visão volte, e pode ser que não. Felizmente, é muito raro ocorrer esse tipo de AVC dos dois lados (da visão).

É verdade que a mesma pessoa pode ter vários AVCs, um seguido do outro?

É muito comum. Quem já teve um AVC terá 10 vezes mais chance de ter outra ocorrência.

É uma questão de tempo? O paciente terá mesmo outro AVC?

Não é uma questão de tempo. É uma questão de tratar os fatores de risco. Se o paciente teve o primeiro por causa da pressão arterial muito alta, se ele não tratar a pressão terá de novo. Quem trata, faz os exames, começa a ter hábitos de vida saudáveis, quem controla o colesterol e o triglicerídeo, poderá ter a vida toda sem ter um AVC.

É possível ter hábitos ruins e compensar com bons hábitos?

Isso é um mito. Se você fuma, por exemplo, é bom que faça o exercício físico, mas isso não suplanta o risco causado pelo tabagismo. Se for tabagista e sedentário, o risco é ainda maior.

Existem muitos casos de AVCs no Amapá?

Sim. É a segunda causa de mortes aqui no Amapá e no Brasil. É uma doença que gera muitos custos para o governo e sistema privado de saúde.

Como é o socorro ao paciente que está fazendo o AVC?

Existem novos medicamentos, mas só têm efeito se o paciente chegar ao hospital quatro horas e meia depois de começar a sentir os primeiros sintomas. O paciente do interior dificilmente chega a um hospital nesse prazo. Ele começa a se sentir mal, procura atendimento no posto da comunidade, e só depois é encaminhado para o hospital mais próximo, quando já não há tempo de fazer esse tratamento.

Serviço: Med Diagnósticos, Avenida Cora de Carvalho, 1000, Centro

Agendamentos:  3225-3144

Seles Nafes
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