Por RODRIGO INDINHO
A jovem estudante Mayara Martins, de 14 anos, é aluna do 9° ano do ensino fundamental e esteve visitando, pela primeira vez, o monumento Marco Zero do Equador. Ela bem que tentou, mas não conseguiu equilibrar o ovo que, quando colocado exatamente sobre a linha imaginária do Equador, fica parado em pé e sem cair.
“Eu não consegui equilibrar, mas meus amigos sim. Acho muito curioso e incrível. Eu sabia pouco sobre o que acontece aqui, agora estou saindo com mais conhecimento. Tem muita gente que não tem oportunidade de vir aqui e aprender, então estou adorando”, disse.
Há estudiosos que afirmam que o ovo não sofre nenhuma influência específica da linha imaginária do Equador e que o fato é um mito. Outros, dizem que trata-se de uma questão de tentativas.
E foi tentando que Vitor Teles, de 14 anos, que também é do 9° ano, conseguiu equilibrar o ovo não só uma mas diversas vezes. Ele vibrou muito com os amigos.
“É muito divertida essa experiência, nunca tinha tentado e consegui mais de uma vez e foi muito vibrante. Gostei que trouxeram a gente para conhecer coisas novas e aprender brincando é muito massa”, opinou.
Mayara e Vitor estiveram na manhã desta quarta-feira (20) no monumento Marco Zero do Equador, com uma comitiva da Escola Estadual Nanci Nina Costa e tiveram a oportunidade de conhecer, de forma lúdica e descontraída, um pouco mais sobre o Equinócio e as estações do ano.
Os alunos da instituição estiveram participando da gincana cultural que faz parte da programação do Equinócio das Águas, que acontece hoje e marca a mudança de estações nos hemisférios Norte e Sul.
Busca por explicação
O professor de física, Fabrício Araújo, pós-graduado em educação matemática, avalia que a explicação para o fenômeno deveria ser mais explorada, inclusive com teses contrárias e favoráveis à questão.
“Há turistas que vêm e filmam o fenômeno. Porém, há também os físicos que dizem ser uma coincidência porque os corpos estão iminentes à gravidade a qualquer lugar da Terra”, disse o professor.
Araújo disse também que quando a incidência do raio solar parte de um lado mais forte que o outro, com relação a um dos hemisférios, essa compensação ocorrerá do outro lado, em outra rotação que ficará faltando.
“Os raios ficam perpendiculares à Linha do Equador. É nessa perpendicular que existe o fenômeno do magnetismo, segundo o que tentam explicar. Nessa perpendicularidade, um dos campos magnéticos fica neutro. Por isso, o ovo ficaria em pé ou a água faria rotação para o outro lado. Do lado sul roda pra esquerda e do lado norte para a direita. Têm fatos comprovados que não acontecem esse fenômeno em outros pontos da cidade.”, complementou.
Teoria defendida por físico do AP
Araújo apresenta ainda um teórico amapaense que defende a tese da existência do fenômeno, o físico meteorologista Luís Calvani, chefe do centro de análise de previsão do tempo do Instituto de Meteorologia do Estado do Amapá.
“Para ele [Calvani], se o ovo fica em pé, equilibrado sobe a Linha do Equador é devido a uma força chamada “coriólis”, que se dá, aparentemente devido a rotação da Terra. Depende da velocidade do movimento e da latitude que o movimento se realiza. Essa força é zero no Equador e o equilíbrio do ovo é favorecido por sua forma e não tem nenhuma força agindo sobre ele naquele momento. É o que nós, a maioria dos físicos amapaenses, acredita acontecer”, finalizou.
Equinócio
O Equinócio acontece duas vezes ao ano (em março e em setembro), representando as mudanças de estações. É o período em que o dia e a noite tem a mesma duração.