Justiça decide que sargento e esposa irão a júri popular

Sargento da PM é acusado de mandar matar a testemunha de um homicídio. MP acusa esposa de ter ajudado
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Por SELES NAFES

A juíza Simone Moraes dos Santos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Macapá, transformou em prisão preventiva a prisão domiciliar do sargento da Polícia Militar do Amapá, José Wilson Maciel de Cantuária. Ele é acusado de ser o mandante de um homicídio ocorrido há um ano.

A decisão também inclui a esposa do policial, Hellen Cristyne Pinheiro. A magistrada considerou que é preciso garantir a ordem pública e a instrução processual por se tratar de pessoas que demonstraram “desprezo pela vida de outrem” e que buscaram a impunidade.

No dia 18 de março de 2018, o sargento José Cantuária estava de plantão quando Micherlon da Silva Aleluia foi assassinado a tiros na Rua Hildemar Maia, no Bairro do Buritizal, zona sul de Macapá. Ele havia acabado de sair do atacadão onde trabalhava e voltava para casa de bicicleta quando foi abordado pelos matadores dentro de um carro. Até hoje eles não foram identificados.

Segundo a denúncia formulada pelo Ministério Público, dias antes da execução a esposa do sargento teria levantado informações no atacadão sobre a rotina da vítima, e o sargento, mesmo não sendo chamado para a ocorrência, teria ido até o local do crime.

Micherlon Aleluia voltava para casa de bicicleta quando foi foi surpreendido por atiradores. Foto: reprodução

Durante a instrução do processo os dois negaram as acusações e afirmaram não existirem provas contra eles. O sargento também afirmou que não conhecia vítima e nem sabia onde ela trabalhava, e que foi até o local do crime porque essa é a orientação a todas as equipes policiais quando existem ocorrências graves.

No entanto, o MP sustenta que Micherlon Aleluia foi alvo de uma queima de arquivo. Ele era testemunha num caso de homicídio onde o sargento estava sendo investigado.

A esposa declarou que conheceu Micherlon em uma pizzaria, e, depois de saber pelo marido que ele era testemunha no processo, teria ido até o atacadão para levantar informações porque pretendia conversar com ele. Ela negou qualquer envolvimento com a morte.

Com a decisão da juíza, os dois deixarão a prisão domiciliar e deverão aguardar o julgamento no sistema prisional do Amapá. A magistrada também decidiu que ambos irão a júri popular, em julgamento que ainda não teve a data marcada.

 

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