Por SELES NAFES
O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amapá e ex-candidato ao Senado nas últimas eleições, Jorge Amanajás (PPS), passou por um exame grafotécnico para determinar se são dele as assinaturas encontradas numa lista de pagamentos de vantagens indevidas a deputados estaduais. A lista foi apreendida pela Polícia Federal durante a Operação Mãos Limpas, em 2010, e é uma das provas que constam numa ação penal onde quase todos os deputados e ex-deputados são réus.
Apesar de a perícia ter sido solicitada à justiça em abril de 2018, a Politec ainda não tinha realizado o exame na lista que foi apreendida com outros documentos na residência de Jorge Amanajás, no dia 10 de setembro de 2010.
A ordem para realização do exame grafotécnico foi do desembargador Carlos Tork, atendendo pedido do procurador de Justiça do MP, Nicolau Crispino.
Na decisão, o desembargador deixa claro que a Polícia Técnico-Científica (Politec) não realizou o exame após a primeira solicitação, e lembra que a desobediência judicial é crime com pena de prisão que pode chegar a 6 meses.
“Ademais, o fato de ter deixado de praticar o referido ato, poderá acarretar, ainda, o crime de prevaricação, tipificado no art. 319 do Código Penal, caso restar comprovado o seu interesse ou sentimento pessoal”, comentou em seu despacho.
Ouvido pelo Portal SN, Jorge Amanajás limitou-se a comentar que ele também solicitou o exame para provar que a letra não é dele.
Valores
A relação contém nomes de quase todos os parlamentares, ao lado de valores que oscilavam entre R$ 10 mil e R$ 40 mil. As quantias seriam referentes a diárias superfaturadas, segundo o MP.
No pedido de perícia, o procurador quer saber se as assinaturas poderiam ter sido produzidas por Jorge Amanajás, e quais características das letras evidenciam esse entendimento.
A perícia, que foi realizada no dia 21 de março, é a última diligência antes do julgamento da ação.