Após mobilização política inédita, 16 prefeitos recebem recursos retidos há 8 anos

Presidente do Senado conseguiu convencer Ministério da Saúde a fazer novos repasses. Governador Waldez concordou em repassar dinheiro do tesouro
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Por SELES NAFES

Depois de uma mobilização política e jurídica inédita, que envolveu situação e oposição, chegou ao fim um impasse de quase oito anos. Nesta segunda-feira (15), os 16 municípios do Amapá puderam finalmente receber cerca de R$ 22 milhões que eram devidos pelo governo do Estado, e que haviam sido repassados pelo Ministério da Saúde.

Os recursos foram retidos a partir de 2011, e eram destinados à assistência farmacêutica e vigilância sanitária dos municípios, entre outras finalidades. O atraso virou uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado, e estava sob a responsabilidade da juíza Alaíde de Paula, da 4ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá.

O imbróglio começou a ser encerrado quando o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), conseguiu convencer o Ministério da Saúde a liberar o mesmo dinheiro, mais uma vez.

Hoje, a maioria dos prefeitos de Macapá recebeu cheques simbólicos com os valores, que já estão depositados numa conta da justiça.

O prefeito de Macapá, Clécio Luís (Rede), responsável pelo evento que concretizou o repasse, convidou todos os prefeitos, o governador Waldez Góes (PDT) e o presidente do Senado para a solenidade de repasse.

Clécio lembrou que os estados estão com dificuldades de fazer os repasses às prefeituras de todo o Brasil, e contou que uma das preocupações, depois que o Ministério da Saúde liberou o recurso, era com a concordância do Estado, já que seria necessário fazer uma nova prestação de contas dos recursos em duplicidade.

Waldez Góes ao lado de Davi e Clécio: mobilização conjunta inédita. Fotos: Seles Nafes

“O aceno positivo do governador foi decisivo. O governador poderia ter dito que teria problema para prestar contas, já que está na justiça. Mas a postura dele foi diferente, de quem queria encontrar uma saída”, ressaltou o prefeito de Macapá.

Para evitar problemas jurídicos, o governador concordou em liberar dinheiro do tesouro estadual aos municípios, e em troca a Secretaria de Saúde receberá o novo repasse do MS.

“O Brasil todo está com esse problema, mas o Amapá foi o único estado que conseguiu resolver. E sabemos exatamente onde vamos aplicar esses recursos, que é o custeio com medicamentos e salários”, acrescentou Clécio Luís.

Prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes, ao lado de outros prefeitos

Abaixo quanto cada município está recebendo, de acordo com sua população. 

Porto Grande

R$ 794 mil

Calçoene

R$ 552 mil

Cutias do Araguari

R$ 325 mil

Laranjal do Jari

R$ 2 milhões

Mazagão

R$ 1 milhão

Macapá

R$ 9 milhões

Itaubal do Piririm

R$ 315 mil

Amapá

R$ 550,5 mil

Oiapoque

R$ 1,2 milhão

Vitória do Jari

R$ 620 mil

Ferreira Gomes

R$ 383,5 mil

Tartarugalzinho

R$ 756,3 mil

Pedra Branca do Amapari

R$ 696,2 mil

Serra do Navio

R$ 294,6 mil

Santana

R$ 3,1 milhões

Pracuúba

R$ 263 mil

Davi: Amapá terá entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões

O governador Waldez Góes reconheceu o trabalho do MP, da Justiça e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

“Nós que temos mandato temos que colocar a boa política e a maturidade acima de tudo. Esse gesto se traduziu em muitos”, comentou Waldez.

“Nós fizemos no Congresso Nacional o que os prefeitos esperavam há 30 anos. Aprovamos duas emendas constitucionais, e só para o Amapá teremos de R$ 350 milhões a R$ 450 milhões de emenda de bancada impositiva para investir”, comentou Davi Alcolumbre.

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