Por RODRIGO INDINHO
O comandante e proprietário da embarcação de onde desapareceu o comerciante de açaí Antônio Leitão da Silva Júnior, de 34 anos, diz que junto com a dor pela perda do amigo veio uma série de problemas e, que sua vida virou um verdadeiro pesadelo.
André Carlos Leitão Cabral, de 41 anos, relata que vem sofrendo injúrias e ameaças de morte. Segundo ele, tudo começou devido às notícias falsas espalhadas na internet.
“Têm um áudio circulando dizendo que a gente deu dois tiros no Júnior e o jogamos para água, isso é mentira. A população tentou incendiar o barco, tentaram me matar, porém, outros populares que acreditam em nossa inocência pela relação que nós tínhamos não deixaram. Estou correndo um sério risco de vida”, assegurou.
André Carlos e outros três tripulantes que estavam na embarcação procuraram a Delegacia de Polícia do Interior (Depol/DPI). Eles querem que o caso tenha um investigação aprofundada e buscam por segurança.
“Estamos sentindo a dor da perda e mais com essas acusações, ainda falaram que gente trabalha com muita droga no interior, pelo amor de Deus, trabalhamos comercializando açaí. O caso do Júnior foi uma fatalidade. Jamais estaria aqui na delegacia querendo esclarecer por vontade própria se fosse culpado”, acrescentou André.
A Polícia Civil investiga o caso.
O caso
A embarcação saiu por volta de 2h30min da madrugada de domingo (24), da região do Carmo do Macacoari, no município de Itaubal, para uma viagem de aproximadamente 4 horas até Macapá.
Segundo a tripulação, Antônio Leitão da Silva Júnior, viajava no teto do barco depois de consumir bebida alcoólica. O comandante só deu falta dele quando atracou no Canal do Jandiá, na zona leste de Macapá, já pela manhã do dia (24).
“Era uma pessoa ativa por ser ex-soldado do Exército e passava confiança. Ele e eu tínhamos consciência que era proibido viajar assim. Mas ele repassava que estava esperto. Infelizmente eu tinha que prestar atenção na navegação e aconteceu a fatalidade (…) Estou esperando o laudo para provar que ninguém deu tiro nele que era um irmão para mim”, finalizou André.
A família da vítima informou ao Portal SelesNafes.com que Júnior estava numa equipe com mais três pessoas que tinham ido buscar açaí para vender na capital.
O corpo do comerciante foi encontrado somente na manhã de terça-feira (26), por volta das 10h, no Rio Amazonas. Pessoas numa embarcação na comunidade de Carapanatuba, região ribeirinha de Macapá, avistaram o cadáver boiando e acionaram os bombeiros que faziam buscas havia dois dias.
O corpo estava em avançado estado de decomposição pela ação da maré e de peixes, mas foi reconhecido por familiares através de alguns objetos pessoais.
Foto de capa: Olho de Boto