Eleição na Câmara de Macapá: novo presidente responde 5 perguntas

Dias pediu desculpas por atos dos colegas de parlamento e falou em recuperar credibilidade d o parlamento
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DA REDAÇÃO

Nesta sexta-feira (5), o novo presidente da Câmara Municipal de Macapá (CMM), vereador Marcelo Dias (PPS), conversou com o Portal SelesNafes.com.

O parlamentar falou sobre o desentendimento entre vereadores que trocaram agressões na casa e pediu desculpas à população. Dias também comentou um pouco sobre o que pretende fazer durante sua gestão, como passar a fazer transmissões ao vivo das sessões e recuperar a credibilidade do parlamento municipal com o cidadão. Confira.

Marcelo Dias venceu pleito marcado por confusão entre vereadores. Foto: Rodrigo Indinho

Como ocorreu o processo de inscrições de chapas para a eleição da CMM?

Tudo começou com a determinação da Justiça, que lançasse o edital [para a disputa da presidência da CMM] em até 48 horas. Assim foi feito na terça. Os vereadores todos tomaram ciência na sessão, foram chamados na mesa diretora para assinar e receber o documento do edital.

Depois, o vereador Yuri Pelaes (MDB) pediu para o 1º secretário, Caetano Bentes (PSC), ler o edital novamente e perguntar para cada vereador se estavam cientes, todos responderam que sim.

Foi lançado o edital e [na quinta-feira, dia 4] nós nos inscrevemos. Os vereadores Gian do NAE (AVANTE) e Rusivan Pontes (PROS) se inscreveram faltando alguns minutos e o edital encerrava ao meio-dia.

Episódio ganhou repercussão nas redes sociais, após troca de agressões entre vereadores. Imagem: reprodução

E o que levou ao episódio de agressões entre os vereadores que conduziam a eleição?

Por volta de 13h15, o vereador Didio Silva (PRP) entra com documento, na verdade um ofício circular que não tem nada a ver com o sistema eleitoral. Nele, é pedida a anulação da eleição. O vereador Grilo (PV), que era da comissão eleitoral, se recusou a assinar porque já era intempestivo, tinha acabado o horário que estava no edital.

Ele [Didio] foi na presidência, onde estava o vereador Rodrigo e a vereadora Patrícia, que fazem parte da comissão, e deram o recebido com esse documento. E a comissão não deliberou se o documento era válido, se podia ser recebido ou não. Ele pega esse documento, leva para a sessão e obriga o vereador Caetano Bentes a ler o documento, antes de fazer a verificação de quórum e a chamada dos vereadores.

Então, o Caetano se nega a fazer, pede pra ele cumprir o regimento interno da casa, ele diz que não, que queria que fosse lido antes e o vereador se nega. [Yuri] manda cortar o microfone do Caetano e chega ao extremo de empurrar o vereador e depois dá um chute na canela do parlamentar. Foi aí que teve a reação.

Grupo de vereadores que declarou apoio à candidatura de Marcelo Dias. Foto: reprodução

O que havia de irregular no pedido do vereador Didio?

O ofício circular não cabe ali. Ele deveria ter entregue antes de 12h. Fez isso pra tentar tumultuar. Nós recebemos notícia de que haveria tumulto, mas não acreditamos que seria um negócio tão sério. A gente pensou em vaia, em alguma coisa assim, mas agressão, essas coisas, vias de fato, gente com ovo, policial militar à paisana trabalhando lá dentro, estava tudo armado.

Como o senhor avalia a alegação de que, novamente, o período foi curto para inscrições de chapa? Nesse caso foram três dias, enquanto na eleição anulada de janeiro foram 24h.

Isso foi discutido com todo mundo. Acho que foi suficiente o prazo de três dias. Não tinha cabimento isso. Na verdade, era para protelar a sessão. O vereador Yuri Pelaes pensava que ia cancelar, só que quando o vereador está fazendo a sessão, o presidente só tem a condição de gerir ali, de comandar. Ele não pode cancelar a sessão, não pode interromper, só no caso de falta de segurança e naquele momento não era o ocaso. A Câmara poderia tomar uma multa de R$100 mil se não fizesse a eleição.

Dias fala em recuperar credibilidade da casa e transmissões ao vivo para falar com a sociedade. Foto: Rodrigo Indinho

Pra encerrar, o que pode falar sobre as pretensões de sua gestão à frente da CMM?

Primeiro dar condições para a Câmara. Nós temos banheiros que nem pia tem para lavar a mão. Segundo, nomear as comissões porque desde janeiro não tem comissão nenhuma nomeada. Não pode tramitar nenhum projeto.

Queremos transmitir as sessões, pelo rádio, TV e internet, porque nós falamos para nós mesmos lá dentro, ninguém sabe o que acontece dentro da Câmara. Dar condição do vereador de trabalhar porque, realmente, não tem nada. Temos que fazer uma grande revolução lá dentro.

Por fim, queria pedir desculpas à população pelo que aconteceu. Foi uma vergonha para todos nós, estou no meu terceiro mandato e realmente fico envergonhado com o que aconteceu. Eu achava que seria uma sessão de festa, mas infelizmente aconteceu tudo isso e a gente só tem a lamentar. E agora é mostrar que iremos reverter isso com trabalho.

Foto de capa: arquivo SN

Seles Nafes
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