Por OLHO DE BOTO
A guerra entre facções criminosas vem tomando conta do município de Santana, a 17 km de Macapá. Na noite desta quinta-feira (11), mais dois homens foram mortos e três ficaram feridos.
A onda de violência começou ainda no dia anterior, quarta-feira (10), com a morte do ex-detento Janderson Marreiros de Souza Almeida, de 22 anos, o Gegê, executado com três tiros no Centro.
Já nesta quinta-feira, as execuções começaram a ser registradas por volta de 19h30. O primeiro alvo fatal foi Michael Marques Moura, de 18 anos, conhecido como “Baleado”, que foi encurralado dentro de um comércio localizado na frente da praça do bairro Fonte Nova.
Testemunhas relataram que ele havia acabado de comprar cigarros e, ao sair do mini box, foi surpreendido por três homens armados. Michael tentou se abrigar de volta no comércio, mas os atiradores o seguiram, já atirando. Ele foi morto com vários tiros, atrás do balcão do estabelecimento comercial.
Os disparos também acertaram mais dois homens, que estavam no local e nada tinham a ver com o caso. Eles foram encaminhados ao Hospital de Emergências (HE) do município.
A ação criminosa foi gravada por câmeras de segurança que mostram os atiradores fugindo num carro sedan, de cor cinza – o modelo é parecido com um Voyage.
Na sequência, outro homicídio, também com características de execução, que a polícia afirma ser resultado da guerra entre facções. Desta vez, na Travessa Manoel da Rocha, com a rua Adálvaro Cavalcante, no bairro Nova Brasília.
Lá, o alvo foi Matheus Damascena do Espírito Santo, de 18 anos, o “Bolt”. Ele e um outro homem estavam nas proximidades do Terminal Rodoviário quando foram atingidos com vários tiros.
Matheus morreu na hora. O amigo dele foi encaminhado ao HE da cidade. De acordo com testemunhas, os criminosos fugiram em um carro modelo Logan, de cor escura. Nos dois casos, ninguém conseguiu anotar as placas dos veículos.
Militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 4º Batalhão fizeram incursões durante a madrugada, porém, ninguém foi preso.
Acertos e queima de arquivo
Para a PM, os crimes foram praticados por membros de facções rivais, relacionados a acerto de contas e queima de arquivo. Uma das vítimas, Matheus, teria presenciado a morte de Gegê e estaria com depoimento marcado na polícia.
“Sobre o primeiro caso, conforme as informações que colhemos, é que os assassinos já estavam esperando no local, como se soubessem que ele iria no mercantil. Segundo informações a morte do Gegê, ocorrida no dia anterior, seria o ponto de partida para as mortes de hoje. As informações que temos é que esse indivíduo que morreu próximo ao terminal estava na companhia do Gegê quando ele foi morto, ou seja, escapou ontem, mas hoje não teve jeito”, informou o tenente George Cecílio, do Bope.
Os casos agora seguem sob investigação da Polícia Civil, que já começou a coletar informações ainda nos locais das mortes.
Fotos: Olho de Boto/SN