Por DA REDAÇÃO
O policial militar acusado de tentar matar a ex-esposa e o atual namorado dela dentro de um motel afirmou que os disparos feitos na madrugada do crime foram acidentais. Ele foi interrogado na última quinta-feira (4) pelo delegado Edmilson Ferreira, titular da Delegacia de Crimes contra a Mulher de Santana, após se entregar.
Apesar da apresentação espontânea, Luiz Otávio Morais Luz Júnior foi levado ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). O militar estava com a prisão preventiva decretada pelo Juizado de Violência Doméstica de Santana.
O crime ocorreu por volta de 4h na madrugada do dia 24 de março, dentro de um motel no município de Santana, a 17km de Macapá. Segundo o apurado pela polícia, o PM foi até o motel onde estavam a ex e o namorado dela, e fez dois disparos, um atingiu a fechadura da porta, e outro tiro atingiu o namorado, sem gravidade.
Durante a luta corporal, ele conseguiu levar o policial para fora do quarto, segurando o gatilho da arma para que ele não fizesse outro disparo. Mesmo ferido, o namorado conseguiu imobilizar Luz.
No dia, o militar foi preso em flagrante, mas acabou liberado na audiência de custódia. Quando a prisão preventiva foi decretada, a pedido do delegado Edmilson Ferreira, a Equipe de Capturas realizou algumas diligências e negociou a apresentação espontânea dele, o que ocorreu, conforme o combinado, na quinta-feira (4).
Segundo o que foi divulgado pela Assessoria de Comunicação Polícia Civil, no interrogatório, o policial militar negou que havia terminado o relacionamento com a ex-mulher, em fevereiro deste ano e que, na noite anterior, estavam juntos e havia combinado de passar o dia seguinte com ela, mas não conseguiu encontrá-la em casa e nem conseguiu contato telefônico, por isso foi procurá-la no motel.
Chegando ao local, Luiz Otávio viu o carro da ex-companheira e bateu na porta do quarto, momento em que, conforme o depoimento, a “arma deu dois disparos acidentais, tendo, um deles, atingido a fechadura da porta, e, o outro, o homem que estava com ela”.
O delegado Edmilson justificou o pedido de prisão preventiva.
“Constatamos que o ocorrido não foi um fato isolado, pois a vítima sofreu violência doméstica durante os três anos em que conviveu em união estável com o acusado, o que ocasionou a separação deles e a concessão de medidas protetivas para ela. Além das ameaças e de todos esses fatos, considerei que a representação pela prisão preventiva do acusado era medida indispensável no caso, que se trata de feminicídio em relação à ex-companheira dele e de tentativa de homicídio quanto ao atual namorado dela”, destacou o delegado.
Foto: Arquivo/SN