Amassadeiras do AP têm dia difícil para ter açaí

Alguns comerciantes desistiram de comprar o produto, pois o preço da saca estava alto
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (13), quem trabalha na cadeia produtiva do açaí já tinha percebido que o dia seria difícil. A “Rampa do Açaí”, na Orla do Santa Inês, que está sempre cheia do fruto, desta vez estava muito mais cheia de compradores do que da fruta em si.

Essa, é uma das características da entressafra amazônica, quando diminui consideravelmente a extração do açaí. As poucas sacas que estavam disponíveis para venda, foram comercializadas a R$300 e a maioria já estava vendida através de contratos diretos com algumas batedeiras.

Comerciante achou melhor não comprar o produto hoje. Foto: Marco Antônio P. Costa

Kinho, proprietário de uma batedeira de açaí no Centro de Macapá, avaliou que hoje não valia a pena vender, pois a saca estava muito cara.

“Eu só uso açaí de boa qualidade, das ilhas. De caroço pequeno, cheiroso e vermelhinho. E hoje não deu pra encontrar, então eu não abri as portas. Amanhã deve ter, porque ontem no dia das mães choveu muito e quando isso acontece o cara não vai pro mato tirar e também o açaí diminuiu por causa da época”, disse o comerciante.

No Araxá, na pequena vitaminosa da Dona Maria Domingas, o produto foi comercializado.

“Aqui perto só teve açaí aqui e naquela outra ali da frente, mas não deu pra quem quis, não sobrou nem a chula! E só teve aqui porque eu recebo o açaí diretamente lá de outro lugar. Já tenho contrato com eles e ainda assim cada um só pôde comprar uma saca”, disse Dona Maria.

Dona Maria: escassez fez movimento aumentar na vitaminosa. Foto: Marco Antônio P. Costa

A autônoma, que é da região das ilhas do Pará, confirmou que o motivo da falta é a entressafra e as fortes chuvas de ontem, afirmando que o mais provável é que amanhã volte tudo ao normal.

Outras batedeiras que tem contrato também conseguiram comercializar, mas o funcionamento ficou muito abaixo do que pode ser considerado normal.

Dia das mães e chuvas podem ter influenciado na escassez de açaí. Foto; Rodrigo Indinho/arquivo SN

Por conta disso, são muitos os relatos de consumidores que percorreram várias vitaminosas e voltaram para casa de mãos vazias. É o caso de Gláucio Daibes, que percorreu três batedeiras e depois ligou para um disk-açaí, sem obter sucesso em sua busca.

“É, hoje será sem o açaí mesmo, espero que amanhã volte ao normal”, disse.

O Portal SelesNafes.com apurou que, onde o açaí foi comercializado, seu preço variou entre R$12 e R$16, na média do preço que foi praticado nas semanas anteriores.

Foto de capa: arquivo SN

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