Por DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou à Justiça mais uma vez o pastor Jackson Rodrigues Nepomuceno, de 41 anos, apontado como o autor de um dos crimes mais bárbaros da crônica policial do Amapá.
Condenado pela morte brutal de Elizelda Freitas da Silva, assassinada com 27 facadas, aos 26 anos – delito conhecido o “Crime da Casa Chama” – Nepomuceno agora é acusado de participar de um suposto esquema de falsificação de diplomas e certificados na Unidade de Assistência Escolar e Profissionalizante do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
A suposta fraude foi descoberta em 2018, quando a Polícia Civil e o MPE deflagraram uma operação policial, que cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências de dois funcionários da Unidade Escolar. Na ocasião, os agentes encontraram documentos, mídias, aparelhos celulares e outras evidências que comprovaram as falsificações.
Segundo a denúncia do MPE, conversas extraídas de aplicativo de mensagens instantâneas dos aparelhos celulares dos dois acusados mostraram que Nepomuceno comprou da chefe da Unidade uma certidão falsa de tempo de estudo e conclusão de cursos profissionalizantes. Ele ainda teria usado documentos alterados para simular a conclusão de curso pela Escola São José – que também funciona dentro do Iapen.
Ainda de acordo com a denúncia do MPE, o objetivo era a redução de pena, abonada com as falsas certidões. Nepomuceno teria pago um alto valor à funcionária pública em troca dos documentos falsos, que contabilizavam um total de 1.100 horas de estudo.
Mesmo indiciado pela fraude, o pastor não chegou a ser interrogado. Antes disso, ele conseguiu, na Justiça, ser transferido para a Penitenciária Industrial Regional de Sobral, no Ceará, Estado onde foi preso, depois de mais de 11 anos de fuga.
Apesar de ser condenado no Amapá, ele conseguiu transferência para o estado nordestino alegando que em Macapá não poderia receber visitas de sua família, que reside naquele estado. Nos anos em que esteve sendo procurado no Amapá, Nepomuceno se tornou pastor evangélico, casou e teve filhos.
Elizelda foi encontrada morta no dia 28 de março de 1999, no apartamento onde morava, nos altos da Casa Chama, empreendimento de venda de materiais de construção, no Centro Comercial de Macapá.
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