Com 80% das escolas paradas, Seed diz que greve é uma surpresa

Secretária de Educação, Goreth Souza, diz que há diálogo, bons salários, investimentos, mas que há desinteresse dos professores em formação continuada
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Por SELES NAFES

A secretária de Educação do Amapá, Goreth Souza, ainda não foi notificada oficialmente sobre a greve dos professores, marcada pela categoria para a próxima segunda-feira (27), mas confirmou hoje (21) de manhã, ao Portal SN, que pelo menos 80% das escolas já estão paralisadas em todo o Estado. Ela se disse surpresa com o movimento.

Goreth afirmou que há uma linha de diálogo permanente entre governo e a categoria, e lembrou que existe a Agenda do Servidor, fórum permanente criado pelo atual governo para sempre manter a proximidade com todas as categorias de servidores públicos.

“Durante dois anos e meio da minha gestão tivemos mais de 50 reuniões com o sindicato (Sinsepeap) para discutir o dia a dia da educação. No dia cinco de fevereiro, depois do recesso, nós reiniciamos a Agenda do Servidor com temas específicos. Já tivemos cinco reuniões este ano”, comentou.

Segundo a secretária, com o envolvimento do sindicato a Seed pretende modernizar a legislação estadual da educação para adequar situações que ocorrem nas “salas ambientes” e com o programa que combate a automutilação de alunos nas escolas.

Secretária de Educação, Goreth Sousa: formar de ensinar tem que mudar. Fotos: Arquivo/SN

Salário

Para Goreth, a categoria está priorizando apenas a remuneração, apesar de o salário do professor do Amapá estar entre os 10 maiores do Brasil, segundo ela.

“Posso afirmar isso”.

Apesar da remuneração, do diálogo e da resolução de problemas do dia a dia nas escolas, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Amapá continua um dos piores do Brasil.

Ela atribui isso ao desinteresse do servidor na formação continuada, aquela específica na carreira do magistério.

“Eu quero muito avançar na política de aprendizagem. Quero fazer o sindicato refletir nisso comigo, também. Eu tenho um alto investimento no servidor com parcerias importantes na formação continuada. Nós abrimos as vagas (para os cursos), mas nem 10% delas são preenchidas”.

Momento em que os professores votaram a favor da greve. Foto: Ascom/Sinsepeap

“Como vamos colocar na cabeça do professor que este ano, por exemplo, temos o desafio da implantação da nova base nacional comum curricular? Os professores precisam mudar a forma de ensinar para que o aluno aprenda. Se continuar assim, não tem governo que consiga, se não tivermos uma nova dinâmica no ensino médio não vamos segurar os alunos na escola”, acrescentou.

A secretária de Educação informou que assim que for notificada acionará a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para avaliar que medidas serão tomadas.

Seles Nafes
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