Por SELES NAFES
Olá amigos! Faz tempo que eu não escrevo uma crônica política, por pura falta de tempo. Mas eu não poderia ficar calado depois do que a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) fez na semana passada, apesar de toda a crise e falta de dinheiro público que nos assola há pelo menos seis anos.
Os nobres deputados, capitaneados pelo presidente Kaká Barbosa (PR), réu em várias ações penais e cíveis, aprovaram um projeto de autoria da mesa diretora que autoriza a assembleia a formalizar convênios com entidades da sociedade civil.
Até aí tudo bem, se não estivéssemos falando de um Poder amplamente investigado, que coleciona histórias inacreditáveis de corrupção há cerca de três décadas, desde que foi instalado após a Constituição de 1988.
Dona de um orçamento para 2019 em R$ 177,9 milhões, para 24 deputados. a Assembleia do Amapá não goza de qualquer credibilidade com a opinião pública, e, mesmo assim, se autoriza a distribuir dinheiro público para entidades privadas, como associações de moradores, cooperativas, institutos e outras formas de ONGs.
Projeto foi aprovado pelos deputados, que agora poderão ajudar entidades privadas
É claro que o chamado “terceiro setor” também é composto de entidades sérias, mas também há muita picaretagem e instrumentalização política. Não estou afirmando com 100% de certeza que haverá farra com o dinheiro público, mas é preciso, mais do que nunca, que os órgãos de controle fiquem atentos, porque vai ter muita entidade pedindo e recebendo dinheiro.
O projeto aprovado tem muitas normas para qualificar as entidades que poderão acessar os recursos, é verdade, mesmo assim, essas normas serão aplicadas por deputados estaduais, a maioria investigados.
Redobrar a vigilância nunca é de mais, afinal, é o nosso dinheiro que vai ser distribuído. Lembrando que no ano que vem teremos as eleições municipais, e tem muito político “padrinho” de ONGs.