Por RODRIGO INDINHO
Muito se fala sobre a depressão quando o pior já aconteceu. A doença é uma realidade e constantemente é divulgada nas redes sociais e em meios jornalísticos. Preocupa autoridades e organizações de saúde.
Mas, entre diversos casos de superação, encontramos o da jovem Emilly Palheta, de 20 anos, que trilha um caminho para fugir das crises através da confecção de laços para cabelo.
Emilly tem depressão há bastante tempo, não sabe precisar quando começou, mas resolveu aceitar que tem a doença há cerca um ano. A modelo e acadêmica do 5° semestre de engenharia química, conta que o processo está longe de ser simples, mas que é preciso ter força e continuar lutando.
“Já estava muito avançado, já cogitavam a hipótese de eu ir para o psiquiatra, talvez, ser internada ou ter que viver à base de remédio controlado porque eu estava muito ansiosa. Tinham crises que eu me machucava toda e quebrava as coisas. Lutar era preciso, mas conviver com depressão nunca foi fácil”, contou.
Em outubro de 2018, após uma longa conversa com a mãe, Érika Palheta, a jovem decidiu começar a fazer os laços. Porém, sem recursos financeiros, a mãe teve que sacrificar uma das contas da família para que o projeto desse certo.
“Eu já gostava de fazer para mim e precisei me especializar. Não tínhamos recursos, mas a mamãe pegou um dinheiro que ela tinha para pagar a parcela da casa e comprou o material. Quando comecei, fui aprendendo a me controlar das crises porque gastava minha energia nos laços e esquecia do resto, assim fui aprendendo a conviver”, relata Emilly.
A mãe diz que todo esforço foi e é válido e que faria tudo novamente para ver sua filha feliz.
“Faria tudo outra vez para vê-la bem e do nosso lado. O intuito principal de tudo isso sempre foi salvá-la. Como a gente costuma ver, hoje é muito grande o índice de suicídio por conta da depressão. Não queremos que ela seja uma estática negativa e sim positiva”, relatou.
Emocionada, a mãe contou que tem uma frase que define a família atualmente.
“Nossa frase é: ‘Mais um dia de vida e menos um dia de sofrimento’. Ela retrata que todos os dias imaginamos como se fosse o último de sofrimento dela e mais um de vida de nossa guerreira”, finalizou Érika ao dar um beijo e um forte abraço na filha.
Desde a descoberta do caso de Emilly, a rotina da família, que reside no conjunto Macapaba, mudou. Além dos laços, a jovem busca ocupar sua mente com estudos e a dança.
Hoje a produção dos laços além de ajudar no tratamento de Emilly, contribuí para a renda familiar. Os produtos são vendidos a preços que variam de R$ 8 a até R$ 15. Quem tiver interesse em adquirir os produtos pode entrar em contato com Emilly Palheta pelo número (96) 99172-9235.
Emilly aproveitou para deixar um recado.
“Como eu superei, outras pessoas podem superar também. Muitos jugam e não ajudam, então meu intuito sempre foi querer ajudar essas pessoas com minha história de vida e mostrar que existem outras opções”, disse a jovem.