Por OLHO DE BOTO
A polícia trata como feminicídio, seguido de suicídio, o caso que chocou moradores do Residencial Jardim Açucena, na zona sul de Macapá, na manhã desta terça-feira (7).
Um homem e uma mulher foram encontrados mortos por moradores do bloco 5, dentro do apartamento 101, da quadra 5. Os corpos eram de Denivaldo Miranda da Silva, de 40 anos, e de Keyla Monteiro Madureira, de 27 anos, dona do apartamento. Ele seria ex-companheiro dela.
O homem teria assassinado a ex-esposa e em seguida se matado. Toda a violência foi presenciada por um garoto autista, de 8 anos, filho apenas da mulher assassinada.
Segundo o apurado pela polícia, nesta manhã, uma gritaria, com pedidos de socorro, teria chamado a atenção da vizinhança. Os moradores, então, acionaram a Polícia Militar. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram ao local e confirmaram o duplo óbito.
A criança foi acolhida de imediato por assistentes sociais do Programa Conviver, da Prefeitura de Macapá, que desenvolve projetos sociais e media conflitos no Jardim Açucena. Eles acionaram o Conselho Tutelar de Macapá e familiares da mãe do garoto.
“Ela estava muito agitada e a nossa preocupação foi logo retirá-la do ambiente, para preservar a integridade física dela. Então, nós a trouxemos para a sede do projeto, que possui instalações preparadas para acolher crianças especiais”, contou a técnica social, Ádria Cardoso.
Alguns vizinhos relataram à reportagem do Portal SelesNafes.com que eram frequentes as brigas e gritos vindos do apartamento. Na manhã desta terça, ocorreu o ultimo desentendimento. A moradora da quadra ao lado, Lindalva do Nascimento Lemos, disse que estava em casa cozinhando quando escutou gritos da mulher.
“Desci e saí correndo, mas quando cheguei aqui, a tragédia já havia ocorrido”, lamentou.
Cena do crime
Segundo o comandante da primeira guarnição a atender à ocorrência, a mulher estava morta no quarto, em cima da cama, semidespida. Já o homem estava morto na sala do imóvel. Ele se enforcou.
De acordo com o delegado Alan Moutinho, da Delegacia de Homicídios, a perícia constatou um ferimento, provavelmente feito à faca, no lado esquerdo do pescoço de Keila.
Segundo Moutinho, o local não apresentava sinais de que antes das mortes tivesse ocorrido uma luta corporal.
“Quando chegamos, o ventilador do quarto estava ligado. O cenário não indica que ela [Keila] teve a chance de lutar por sua vida, mas vamos aguardar o laudo pericial completo”, analisou o delegado.