Mães de crianças com câncer são homenageadas

Evento ocorreu na sede da ONG, no bairro Central de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

A ONG Carlos Daniel realizou, na manhã deste sábado (11), na sede da entidade, no bairro Central de Macapá, num evento com café da manhã para mães de crianças com câncer. As famílias, que são de baixa renda, receberam cestas básicas.

Dona Piedade Pereira, 57 anos, moradora da Ilha do Pará, é mãe de Verônica Pereira, que aos 14 anos descobriu ter leucemia. Desde então, a jovem e a mãe travam uma batalha contra a doença. Ela conta a dificuldade que tem sido a luta contra a doença e agradece o apoio da ONG.

Guerreiras: Tatiana, Jolenice e Dona Piedade lutam para salvas os filhos do câncer. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

“Nós fomos várias vezes para São Paulo, sem conhecer nada, e foi o apoio das outras famílias e da ONG que foram nos ajudando, casa de apoio onde a gente fica, a parte dos documentos e tudo mais. Hoje a Verônica que tem 17 anos e acabou de ganhar uma filhinha, a Clara Vitória, que tem um mês de vida. As duas estão bem e com saúde, embora a Verônica tenha que continuar o tratamento, os médicos ficaram surpresos porque achavam que ela não poderia engravidar tão cedo por causa da quimioterapia”, relatou Piedade Pereira.

A filha de Jolenice da Silva, a jovem Arlete, de 14 anos, também vive o drama. Ela já fez algumas cirurgias para tratar de um cisto cerebral.

“A Verônica está lá na minha casa junto com a minha filha, Arlete. Nós nos conhecemos nessa luta, já estivemos juntas em São Paulo e todas nós nos ajudamos. Arlete está em casa e está bem. A luta continua”, contou Jolenice.

As famílias, que são de baixa renda, receberam cestas básicas

Há uma rede de apoio e solidariedade na ONG, entre as mães e familiares. Tatiana Pereira, mãe do Alisson Pereira, de 19 anos, relata que há alguns anos detectou um linfoma de Hodgkin, após o incêndio das casas do Perpétuo Socorro – ocorrido em 2013.

“A gente achava que era porque ele tinha inalado muita fumaça, mas começou uma febre nele que não passava, dia e noite, e, também, uma fraqueza, até que ele não conseguiu mais ter forças para estudar. Aí fizemos esse mesmo caminho que elas contaram, os médicos aqui, as dificuldades, a viagem para São Paulo, a ajuda na casa de apoio. Meu filho foi operado e hoje, graças a Deus, ele está bem, só não está aqui porque está na escola nesse momento”.

Fundador da ONG Carlos Daniel, o professor Agenilson da Silva Pereira, o Tinho, destaca que a principal luta da entidade é pela melhoria do tratamento e pelo diagnóstico do câncer infantil no Amapá. Ele ressaltou que Estado amapaense é a única unidade da Federação que não diagnostica a doença em crianças, apenas pré-diagnóstico. Ele agradeceu aos parceiros pela realização do evento.

Professor Agenilson da Silva Pereira é o fundador da ONG Carlos Daniel

“A viagem para São Paulo, a distância da família, as dificuldades de pessoas com renda baixa em se adaptarem à nova realidade, dificulta o tratamento. Pelo dia de hoje, eu gostaria de agradecer à Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas do Estado do Amapá (VEPMA) e os acadêmicos do curso de ciências contábeis da FAMAP que ajudaram na realização deste café da manhã e nas doações”.

O filho de Agenilson, Carlos Daniel, morreu de câncer depois de passar por uma batalha similar a das famílias que hoje a ONG apoia. Depois disso, ele e sua família resolveram transformar o luto em luta. Desde então, auxiliam crianças e familiares que lutam contra o câncer.

Seles Nafes
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