Por RODRIGO INDINHO
Mesmo assinando o recebimento da notificação da Justiça, que considera ilegal a paralisação dos professores da rede estadual do Amapá, a presidente do Sindicato dos Servidores em Educação (Sinsepeap), professora Kátia Cilene, assegurou que a greve da categoria, iniciada nesta segunda-feira (27), vai prosseguir na terça-feira (28), podendo haver mudança após assembleia geral, agendada para quarta-feira (29).
O sindicato informou que na assembleia, prevista para acontecer durante a manhã, será decidido se a categoria prossegue com a paralisação, inicialmente deflagrada para durar 15 dias.
Sobre a multa diária de R$ 300 mil, em caso de descumprimento da ordem judicial, Kátia Cilene disse que está tranquila e que o jurídico do sindicato está se habilitando no processo para recorrer da sentença.
“Estamos confiantes. Nosso sindicato é sólido, tem 67 anos e foi construído na luta e na resistência contra a ditadura, então nós vamos resistir, e não é a multa que vai nos amedrontar, o judiciário sabe disso. Estamos sabendo muito bem de que lado estamos na história. Educadores em defesa da educação, nós queremos qualidade de vida, ele pode multar o que ele quiser, mas nós vamos recorrer, é um direito nosso”, reforçou.
A presidente reafirmou que a categoria deseja o reajuste salarial e o fim do parcelamento.
“Tem margem em função da categoria que passou para o quadro federal, então, governador, tem dinheiro, tem como acabar o fim do parcelamento e tem que acabar com essa violência. Inclusive, vamos mostrar para a sociedade o número de [casos de] assédio moral e agressões contra os professores, que parte dos diretores das escolas. Continuaremos na luta”, finalizou.
O manifesto da próxima terça-feira (28) será novamente na Praça da Bandeira, no Centro de Macapá, com início previsto para as 8h, seguindo até as 12h.
Ordem judicial
Na tarde de sexta-feira (24), o desembargador Rommel Araújo de Oliveira decidiu acatar o pedido do Estado do Amapá contra a deflagração da greve dos profissionais da educação do Estado, marcada para ter início na nesta segunda.
Na decisão, o magistrado determina que o Sinsepeap abstenha-se de realizar greve.
Rommel Araújo de Oliveira alertou que a assembleia que decidiu pelo movimento paredista não deliberou sobre o percentual mínimo para a continuidade dos serviços.
A decisão fixou multa diária de R$ 300 mil ao sindicato, em caso de descumprimento da ordem proferida.