Grupo realizou preces direcionadas contra entidades de cultos afro em frente a um campo de futebol, que fica em frente ao Terreiro, no bairro Pedrinhas, zona sul de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O Movimento Juventude de Terreiros do Amapá denunciou na terça-feira (25) um ato de intolerância religiosa praticado ao Terreiro do Pai Salvino e sua família, durante o primeiro dia de comemorações do Dia de São João.
O grupo denunciou em carta o que classificou como manifestações de intolerância religiosa, cometidas na madrugada, em frente à Associação Beneficente Ylê da Oxum Apará, localizada na Vila das Oliveiras, Bairro das Pedrinhas, na zona sul de Macapá.
“As agressões contra o terreiro de Pai Salvino e sua família ocorreram tão somente porque estes integram uma comunidade que segue as tradições do candomblé, distorcendo a importância histórica e cultural das religiosidades negras, dos Babalorixás e Ialorixás, os quais são considerados guardiões e guardiãs da memória de povos africanos escravizados no Brasil”, diz trecho do documento.
Pai Salvino: todos somos filhos de Deus. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN
Junto com a carta o grupo divulgou um vídeo onde é possível perceber a presença de várias pessoas, especialmente mulheres e um homem, realizando orações em um campo de futebol que fica exatamente em frente ao Terreiro do Pai Salvino.
Nas preces contidas no vídeo, há intercessões direcionadas ao terreiro e falas contra entidades de cultos afro. Assista:
Pai Salvino
Procurado pelo Portal SelesNafes.com, Pai Salvino lamentou o ocorrido. Ele relatou que esse foi o primeiro dia de muitas festividades com uma programação que irá até o dia 14 de julho, em comemoração a São João.
“Eu estava tranquilo, porque eles estavam do outro lado da rua e não vieram para a nossa casa. Eu quero falar para essas pessoas é que primeiro tenham Deus no coração, com bondade, sem discriminação, sem preconceitos e sem racismo. Nós todos somos filhos de Deus. Nós temos que ter em primeiro lugar Deus em nossos corações e não desfazer do outro. Religião não salva ninguém, o que salva é o nosso respeito, o nosso amor e a fidelidade com Deus”, declarou o pai de santo.
Festividade de São João prosseguirá até julho. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN
O Movimento Juvenil irá denunciar formalmente o caso à Delegacia de Combate à Intolerância Religiosa, nesta quarta-feira (26).
