Polícia ouve primeiros depoimentos sobre corpo desenterrado e carbonizado

A filha alegou que a mãe não tinha inimigos. Delegado do caso tenta encontrar câmeras ao redor do cemitério, que não possui vigilância noturna
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Por SELES NAFES

O delegado Daniel Marcili, da 1ª DP do Nova Esperança, tomou os primeiros depoimentos no inquérito que investiga quem foram os responsáveis por desenterrar e carbonizar o corpo de uma mulher no Cemitério São José, na zona sul de Macapá, na madrugada do último domingo (9).

Uma filha da vítima e o secretário de Manutenção Urbanística de Macapá, Augusto Almeida, foram os primeiros a prestar depoimento.

“Das 18h de sábado até as 8h de domingo não tem nenhum tipo de vigilância noturna. O cemitério fica trancado sem nenhum funcionário dentro. Também não há nenhuma câmera de segurança”, revelou o delegado, contradizendo o que a Semur havia informado no domingo sobre a atuação da Guarda Civil.

O delegado tenta encontrar câmeras ao redor do cemitério que possam ter flagrado o momento exato em que os criminosos pularam o muro do cemitério, mas a tarefa é quase impossível.

“Não temos como precisar qual foi o horário (do crime). Mesmo que a gente ache uma câmera teremos que dar muita sorte para visualizar o exato momento em que a pessoa pulou”, avaliou Marcili.

Delegado Daniel Marcili: cemitério não possui qualquer tipo de vigilância noturna. Foto: André Silva/Arquivo SN

Caixão

Como o corpo e o caixão foram carbonizados completamente, é quase impossível para os peritos encontrar qualquer tipo de material genético para um exame de DNA que possa identificar os autores.

Carmem Lúcia Raiol, de 57 anos, foi sepultada no dia 6. Durante depoimento, a filha garantiu que a mãe não tinha inimigos, mas revelou que um irmão teria sido condenado a 21 anos por homicídio. O filho será ouvido, contudo, ainda não é possível fazer qualquer tipo de relação com um possível ato de vingança.

Também está praticamente descartada a hipótese de que o verdadeiro alvo dos criminosos era um sargento do Bope sepultado na mesma semana no cemitério, e que o corpo da mulher tenha sido queimado por engano.

“Muito difícil afirmar isso. As sepulturas ficam muito distantes uma da outra”, ponderou o delegado.

Local onde o crime aconteceu

A polícia já sabe que depois que o caixão foi retirado da sepultura ele foi aberto. Os criminosos banharam o corpo com combustível e atearam fogo.

“O fogo consumiu o caixão de dentro para fora”, explicou o delegado.

As dificuldades para elucidar esse crime são as mesmas encontrados no caso da cabo Emliy Carine, de 29 anos. Em janeiro, o corpo dela também foi desenterrado e abusado.

“Não encontramos nenhum tipo de material genético, assim como nenhuma parte do corpo foi levada”, informou o delegado.

Prefeitura

Em nota, a prefeitura de Macapá repudiou e lamentou o ato de vandalismo no túmulo e informou que um procedimento interno será instaurado para averiguar o caso. 

Seles Nafes
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