Por RODRIGO INDINHO
A jovem de 22 anos e grávida de oito meses, que foi vítima de sequestro, cárcere privado e possivelmente de um estupro coletivo, provavelmente seria decapitada, esquartejada e teria seu filho tirado do ventre por membros de facção criminosa. Foi o que informou o delegado Celso Pacheco, da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP). A ação chama a atenção pela brutalidade.
A gestante foi resgatada por volta de 1h40 da madrugada desta sexta-feira (7), por um morador do assentamento Padre Josino, na comunidade de Abacate da Pedreira, área rural de Macapá.
Sequestro
O sequestro ocorreu por volta de 14h de quarta-feira (5), quando ela saía de uma consulta de pré-natal da Unidade Básica de Saúde (UBS) Lélio Silva, no Bairro Novo Buritizal, na zona sul da capital amapaense. Quatro homens em um carro de cor preta estavam armados e realizaram a ação, segundo a vítima relatou à Polícia Militar.
De lá, ela teria sido levada encapuzada a uma residência para um bairro vizinho ao local do sequestro. Após isso, ela foi levada para um cativeiro numa área rural onde foi mantida com os pés e mãos amarrados, foi agredida e possivelmente estuprada por pelo menos quatro homens. A mulher conseguiu fugir.
Investigação
O delegado Celso Pacheco, que também está à frente das investigações [o caso também está na Delegacia de Crimes Contra Mulher (DCCM)], informou que iniciou a investigação após um boletim de ocorrência feito pelo marido da vítima. Celso Pacheco disse que esse homem era o alvo dos criminosos e que tudo seria motivado por uma disputa entre facções rivais.
“Ele fez o boletim de ocorrência por volta de 9h ou 10h. Posteriormente, ele começou a receber mensagens via Whatsapp informando que sua companheira estava sob o domínio de uma facção criminosa e que aquela mulher seria molestada, estuprada e que, se caso ele não fosse até o local onde eles estavam exigindo, a mulher sofreria todas as consequências”, revelou o delegado.
O marido recebeu fotos da mulher no cativeiro, o que preocupou a polícia. A partir daí começaram as diligências.
“Nas informações que nós tínhamos havia a possibilidade dessa senhora ser decapitada e esquartejada. Inclusive, num dos trechos que me assustou muito, foi que queriam tirar a criança do ventre desta senhora, foi por tudo isso que o trabalho foi intensificado”, acrescentou Pacheco.
O delegado deixou uma mensagem para os criminosos.
“Não é um recado, é uma afirmação para que esse tipo de crime não aconteça. Nós estamos aqui para enfrenta-los. Não estou desafiando ninguém, estou fazendo uma constatação e se quiser encarar como desafio que encare, porque eu não vou me amedrontar a esse tipo de situação. A minha defesa é a defesa da sociedade e não posso permitir que criminosos continuem levando o pânico à sociedade do Estado do Amapá”, finalizou.
Na manhã desta sexta-feira (7), o delegado informou que ainda está fazendo diligências e ouvindo testemunhas. O caso foi encaminhado também para a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DCCM) de Macapá.
A jovem grávida foi levada para o Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML) para receber atendimentos médicos. O portal SN entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para saber o quadro clínico da jovem grávida e do bebê. A pasta ainda não divulgou os dados.