Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Marilene Tavares da Matta, de 35 anos, profissional de educação física, é presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Amapaense de Futebol (FAF). Ela é também analista de campo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e diretora adjunta da Escola de Arbitragem do Amapá. Essas são as qualificações e as atuais funções da macapaense da zona norte, que desde criança sempre gostou de futebol. Casada e mãe de um filho, Marilene nos explicou sua atividade e como chegou até aqui, além dos desafios encontrados pelo caminho. Em tempos de Copa do Mundo Feminina, também aqui no Amapá há protagonismo de mulheres no esporte que é a grande paixão nacional.
A função de Marilene é cuidar da promoção e formação dos árbitros do futebol do Amapá. Ela apresenta orgulhosa os números da sua gestão. Foi ela quem regularizou a escola de arbitragem quando assumiu a comissão em 2017.
Organizou o regulamento e toda a documentação para que a escola pudesse funcionar com mais atendimento nacional visando a evolução, uma quantidade menor de erros, maiores índices de acertos, formação de profissionais qualificadas e para aqueles que ainda não tinham essa formação pudessem passar a ter. O mínimo para se formar árbitro na escola são 260 horas de curso, entre parte teórica e prática.
Dificuldade e superação
“No começo não foi fácil. Trata-se de um ambiente quase totalmente masculino e a cada dia é uma superação. Sofria preconceito de todas as formas. Porém, venço minhas batalhas com conhecimento nas regras do futebol e consigo multiplicar esses conhecimentos ensinando nossos árbitros. Hoje sou a única mulher presidente de comissão de arbitragem do mundo!”, diz.
Marilene destaca também que desde 2005 uma mulher não apitava um jogo do Campeonato Brasileiro da Série A. E este ano, a paranaense Edna Alves apitou CSA e Goiás, tendo uma ótima atuação, sendo auxiliada por outra mulher – a bandeira Neuza Back -, e as duas, inclusive, estão representando o Brasil na Copa do Mundo Feminina que ocorre na França.
Falta de planejamento
Perguntada sobre o panorama do futebol feminino no Amapá, Marilene crava que falta planejamento aos times do Estado. Não apenas o planejamento para as competições, mas também o planejamento estratégico. Hoje nenhuma atleta, nenhuma jogadora de futebol profissional do Amapá vive de jogar bola, assim como a arbitragem.
“Hoje é como um extra, mas não deveria ser. Olho o que já passamos e projeto para o futuro um centro de treinamento e também que nossos árbitros tenham suas taxas em dia. Esses são os objetivos pelos quais eu luto todos os dias”, projetou.