Senador do Amapá volta a alertar sobre barragem maior que Brumadinho

Barragem da Anglo foi checada por técnicos contratados pela mineradora britânica que concluíram que ela "inspira cuidados". Foto: Seles Nafes
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Por SELES NAFES

O senador Lucas Barreto (PSD-AP) voltou a alertar as autoridades para o risco de rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da Anglo American, próximo da cidade de Pedra Branca do Amapari, município a 180 km de Macapá.

O alerta foi dado após a notícia de que investidores britânicos interessados em substituir a Zamin no Amapá depositaram R$ 9 milhões, em juízo, para o pagamento do passivo trabalhista da mineradora.

“É uma ótima notícia para os trabalhadores, mas ainda existe outro grande problema que é a barragem Mário Cruz, com potencial para uma tragédia ambiental maior que Brumadinho”, comentou o parlamentar.

Com 18 milhões de metros cúbicos (6 milhões a mais do que Brumadinho, em Minas), a barragem Mário Cruz não recebe manutenção há mais de cinco anos. Este ano, depois da tragédia de Brumadinho, uma equipe da Anglo foi até o local de helicóptero para fazer uma checagem.

“Não desceram o piezômetro. Quando se faz uma barragem é preciso colocar um tubo que ultrapassa ela, e depois usa-se o piezômetro, um sensor eletrônico que vai dando informações sobre pressão e quantidade de água a cada cinco metros”, explicou o geólogo Antônio Feijão, que acompanha a situação.

“Concluíram apenas que a barragem inspira muitos cuidados”, acrescentou. 

Barragem Mário Cruz, em Pedra Branca do Amapari, tem acima dela outra barragem “monstruosa” de água

Antônio Feijão: responsabilidade legal é da Anglo

Apesar da Zamin ainda ser a dona da mina de ferro em Pedra Branca, é a sua antecessora, a Anglo, a responsável legal pelo passivo ambiental gerado pela mineração de ferro na região. Em abril, a Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou a Mário Cruz.

Um levantamento recente identificou a existência de outras 35 barragens no Amapá, 90% delas são formados por rejeitos.

Uma delas é uma barragem de água, também construída pela Anglo, exatamente acima da Mário Cruz.

“Ela é monstruosa. A qualquer momento ela pode romper, e o estrago será grande. Porque teremos uma corrida de lama com uma quantidade monstruosa de água”, advertiu.

Seles Nafes
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