9 filhos, 6 mortos: mãe luta para salvar sobreviventes de doença misteriosa

Mãe acompanhará o filho mais velho, que está com abdômen distendido, em tratamento no Ceará
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Dona Alzira Seabra da Luz Ramos tem 61 anos e morou boa parte da sua vida na área rural do município de Mazagão. Junto com o esposo, teve 9 filhos, dos quais 6 faleceram.

As crianças morreram quando tinham entre 2 a 16 anos de idade e todos da mesma forma: acometidos por uma doença misteriosa que ataca o fígado.

Seus filhos que estão vivos são verdadeiros sobreviventes e, hoje, têm 17, 20 e 21 anos de idade. Assim que a patologia começou a ser detectada, dona Alzira e o esposo se mudaram com as crianças para Mazagão Velho, distrito do município de Mazagão.

Dona Alzira Seabra da Luz Ramos recebe apoio da associação dos pacientes em TFD. Mas precisa de ajuda para se manter fora do Amapá. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

Na cidade, sua história é bastante conhecida, especialmente pelos profissionais da saúde que conhecem a luta da idosa que não mede esforços na busca de tratamento para os filhos.

Azenilson Ramos, o filho mais velho de 21 anos, está seriamente acometido pela doença. A patologia causa o aumento das enzimas hepáticas, o que causa ascite (líquido no abdômen), diarreia, encefalopatia hepática (que é perda de memória e/ou confusão mental, fala arrastada, porque o fígado não consegue remover as toxinas do sangue e do cérebro).

“Os outros dois irmãos também têm a doença, só que a deles não está tão severa ainda. O irmão que vai viajar agora, o Azenilson, passou o mês inteiro internado no hospital e no mesmo dia que ele saiu, teve que voltar, com muita diarreia, muito amarelo, olhos amarelos, a pressão baixa, abdômen distendido. Ele é o caso mais grave, porque segundo os exames o fígado não está mais metabolizando as impurezas e isso causa risco de vida iminente. Por isso, os médicos o enviaram imediatamente para o transplante de fígado. Só um transplante para salvar a vida dele, e os demais já estão fazendo tratamento e eles também terão que ser encaminhados para fora do Estado”, afirmou Ruany Soares, da Associação Amapaense de
Apoio a Pacientes em Tratamento Fora de Domicílio (AAPTFD).

Dona Alzira (camisa vermelha) busca apoio para salvar os filhos

 

A doença não tem um diagnóstico fechado aqui no Amapá e Azenilson Ramos tem consulta marcada para o dia 09 de setembro em Fortaleza, no Estado do Ceará. Sua passagem e da sua acompanhante, dona Alzira, serão custeadas pelo programa de pacientes em Tratamento Fora de Domicílio, o TFD.

Entretanto, a AAPTFD estima que o custeamento que o programa irá empregar no apoio à mãe e ao filho que estarão fora do Estado, possa não ser suficiente. Além do que, a situação financeira da família é difícil. Com os três filhos doentes, dona Alzira vive de um benefício do INSS enquanto que o esposo vive de pequenos bicos.

A AAPTFD solicita ajuda para a família devastada pela doença, mas que mesmo assim segue sua luta.

Doações de qualquer valor podem ser feitas na conta da associação:
Banco do Brasil
Agência: 2825-8
Conta Corrente: 57.195-4
CNPJ: 27.850.765/0001-77

Qualquer contato com a associação para saber mais deste e de outros casos, pode ser feito através do número (96) 3223-3694.

Seles Nafes
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