Por SELES NAFES
Os médicos da UPA Zona Sul, que funciona na avenida Ivaldo Veras, no Bairro Jardim Marco Zero, em Macapá, afirmam que decidiram limitar o atendimento, mais uma vez. Eles queixam de atraso de salários.
Originalmente criada para atender apenas casos de urgência e emergência, a unidade normalmente atende outras situações, como pessoas com diarreia, febre ou precisando da troca de curativos, por exemplo. Pacientes nessa situação recebem uma identificação amarela, o que indica menor prioridade para atendimento.
Apenas os pacientes que recebem as cores laranja e vermelho, os mais graves, estão sendo atendidos, o que na verdade é a missão original da UPA.
Os médicos dizem que estão há 3 meses com os salários atrasados, e sem previsão oficial de regularização dos pagamentos.
“Estamos indo para o quarto mês de salários atrasados. Isso não prejudica apenas o corpo clínico, mas também a população, porque outros procedimentos não estão sendo feitos, apenas de urgência e emergência”, diz o médico Max David.
A UPA tem aproximadamente 20 médicos. As situações mais “corriqueiras” estão sendo encaminhadas para as unidades básicas de saúde de Macapá, o que tem gerado reclamações de pacientes que se deslocam até a UPA.
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) admitiu o problema, e informou que está ajustando o cronograma orçamentário à queda na arrecadação de recursos federais, neste caso do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Somente em junho, diz a Sesa, o Estado deixou de receber R$ 42 milhões em FPM.
“(…) É diante deste cenário que trabalha para equacionar as despesas relativas à saúde pública, incluindo a UPA Zona Sul, com os valores que dispõe”.
A UPA Zona Sul é administrada por uma OS, uma entidade que recebe do governo para gerir os serviços. No ano passado, a empresa ameaçou demitir todas as equipes e encerrar o contrato com o governo também por atraso de pagamentos.