Fumaça de caldeira gera queixas, mas empresa descarta riscos

Vizinhança relata mau cheiro e até problemas respiratórios. Empresa diz ter todos os alvarás de funcionamento
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Moradores da Avenida Duque de Caxias, entre as ruas Jovino Dinoá e Odilardo Silva, reclamam da fumaça oriunda de uma caldeira que fica dentro das dependências do Hospital das Clínicas Alberto Lima (Hcal).

O problema não é novo e já foi objeto de disputa judicial com ganho de causa para a empresa goiana Grifort Lavanderia Hospital no Brasil, que desde 2002 opera no Amapá. A caldeira tem a função de aquecer a água que faz a lavagem de todas as roupas de cama e uniformes dos funcionários de boa parte das unidades hospitalares da região metropolitana de Macapá.

Hcal, Hospital de Emergências de Macapá (HE), Hospital de Emergências de Santana (HS), Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML) e outras unidades têm toneladas de peças lavadas diariamente no local.

Quantidade de fumaça produzida incomoda moradores. Foto: reprodução

A reportagem do Portal SelesNafes.com esteve na avenida e pôde comprovar o mau cheiro advindo da fumaça, mesmo em horários em que a fornalha da caldeira não estava acionada. Como o montante de serviço é muito grande e todo concentrado nessa unidade, o funcionamento da caldeira é feito algumas vezes por dia.

Um morador, que preferiu não se identificar, relata as dificuldades encontradas por sua família e pela vizinhança. Ele afirma que o simples hábito de ficar na varanda de sua casa é impossível. Relata também que são comuns problemas respiratórios e pulmonares na vizinhança.

Vizinhança convive com a fumaça desde 2002. Foto: reprodução

As reclamações já feitas tiveram um único e pequeno avanço, que foi a extensão da chaminé, que foi aumentada.

“Olha, eles tem um laudo dizendo que a fumaça não é nociva, não é tóxica. Como pode ter uma fumaça o dia inteiro dentro da nossa casa que não faça mal? Nenhum de nós moradores querem parar o serviço ou nada disso, mas eles poderiam se modernizar e usar uma caldeira elétrica, queimar madeira é coisa do século passado!”, afirmou um morador.

Empresa relata que laudos comprovam que fumaça não é nociva. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

Identificamos na avenida, em um curto perímetro que fica da chaminé para a frente, no sentido de quem vai da Rua Odilardo Silva para a Rua Jovino Dinoá, pelo menos três residências postas à venda. Entretanto, não conseguimos confirmar em todas elas que o motivo seria a fumaça.

Procurada, a empresa Grifort Lavanderia Hospitalar declarou que tem todos os alvarás e autorizações, inclusive ambientais, para o seu pleno funcionamento. Declarou que utiliza como combustível da caldeira angelim vermelho, maçaranduba e guarubatinga e que este procedimento está de acordo com todas as normas e técnicas do mercado.

Por fim, declarou que possui laudos ambientais que comprovam a não nocividade da fumaça e que essa questão já foi objeto que ações judiciais que deram ganho de causa à empresa.

Foto de capa: Marco Antônio P. Costa/SN

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