Como um falso engenheiro conseguiu enganar lojistas e construtores em Macapá. Ele acabou preso nesta sexta-feira (2)
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Por SELES NAFES
A família disse na polícia que o mestre de obras Edinelson de Souza e Souza, de 35 anos, é um ótimo profissional. No entanto, desde o ano passado, ele vem preferindo aplicar golpes do que trabalhar, segundo a polícia. Preso nesta sexta-feira (2) por ordem da justiça do Amapá, ele já foi indiciado em cinco inquéritos e responde a mais duas ações penais por estelionato.
Segundo a Polícia Civil do Amapá, Edinelson Souza procurava canteiros de obras e lojistas se identificando como comerciante de cimento e engenheiro.
No comércio, ele conseguia comprar cimento fiado para revender nos canteiros. O problema é que ele nunca entregava a quantidade que prometia, apesar de receber vultosos adiantamentos.
Num dos casos, relata a Polícia Civil, ele conseguiu convencer um lojista a lhe vender cimento fiado para revender, e ainda foi contratado pelo mesmo comerciante para elaborar um projeto de engenharia.
“Contratou ele e vendeu o material de construção. Nunca voltou com o projeto, e nunca pagou pelo material”, explica o delegado Nixon Kennedy, da 9ª DP de Macapá, que vem investigando vários casos envolvendo o falso engenheiro.
“Ele procurava obras, e oferecia cimento a um preço muito mais baixo do mercado, mas entregava apenas parte. Depois de receber um cimento de valor mais baixo, a vítima adiantava pagamentos para receber mais cimento, mas não recebia”, acrescenta.
Foto tirada pela polícia na delegacia: preso depois de vários golpes
Residência
Os primeiros golpes a serem comunicados na polícia surgiram no ano passado, quando o falso engenheiro foi contratado para reformar uma residência.
Segundo a investigação, ele recebeu dinheiro e um veículo como parte do pagamento, mas abandonou a obra no começo e desapareceu.
Em outro caso, também em 2018, a polícia relata que Edinelson ofereceu o CNPJ de sua empresa para que um amigo pudesse comprar um carro com redução de impostos. O amigo adiantou a ele R$ 10 mil, mas o carro nunca foi comprado.
“A família relatou que ele teria enganado um irmão dele também. Para onde se vai tem história dele”, observa Nixon Kennedy.
Delegado Nixon Kennedy: para onde se vai tem história dele. Foto: Olho de Boto
A pedido da polícia, a juíza Maíra Júlia Teixeira Brandão, da 3ª Vara Criminal de Macapá, decretou a prisão preventiva, mas não foi fácil localizar o acusado.
“Ele se muda constantemente, e não paga os alugueis. Ele estava morando numa casa alugada há 25 dias, no bairro Ipê (zona norte de Macapá), e provavelmente ia fazer a mesma coisa”, presume o delegado, que conduz três inquéritos onde Edinelson é acusado de estelionato.
Outros inquéritos estão sendo conduzidos na 6ª DP. No total, o falso engenheiro já possui cinco indiciamentos, dois processos e ainda responde a outros inquéritos por ameaça.
