Secretário de saúde de Santana é libertado, mas testemunha muda depoimento

O secretário de Saúde de Santana, Francisco do Carmos, o "Grith", chegou a passar 18h preso acusado de estupro e assédio sexual
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Da REDAÇÃO

O caso que levou à prisão o secretário de saúde do município de Santana, Francisco do Carmo de Souza de Oliveira, o “Griti”, será encaminhado ao Ministério Público Estadual, após a conclusão do inquérito policial em até 30 dias. Depois de passar cerca de 18h preso acusado de assédio sexual e ato libidinoso, o gestor foi solto nesta quinta-feira (15), em audiência de custódia para responder em liberdade.  

O delegado Nicolas Bastos, que preside o inquérito, ouviu os depoimentos do acusado e da servidora que o denunciou. Para ele, a situação narrada pela vítima é contundente de que o secretário de saúde teria cometido os atos denunciados.

Na opinião do delegado, o fato de uma pessoa que se apresentou como testemunha do acusado, ter em seguida negado que presenciou a reunião entre Griti e a servidora, reforçaria a versão. A acusação foi negada pela defesa do gestor (leia abaixo a versão da defesa).

“Ciente das consequências do falso testemunho, ela [a suposta testemunha de Griti] resolveu retificar diante da autoridade policial e dizer que aquilo foi falso, e que ela falou pelo fato do secretário ter influência política. Inclusive, ele já teria ajudado essa pessoa anteriormente. Então, ela resolveu se retratar e disse que na verdade não presenciou a reunião e que foi realmente a portas fechadas entre os dois [Griti e a servidora]”, disse Bastos.

Delegado: depoimento da vítima é contundente

No depoimento, a servidora contou que teve problemas com a chefia e que foi pedir auxílio do secretário. O Portal SN havia apurado anteriormente que a funcionária teria sido exonerada de um contrato administrativo, o que não foi confirmado.

Ainda na versão da vítima, Griti teria tentado fazer contatos para resolver o problema e, em seguida, teria confirmado que ajudaria, mas supostamente teria também pedido um encontro, às 19h do mesmo dia, com a servidora.

Após isso, ainda teria tentado investir contra ela e chegado a apalpá-la nos seios, mas a mulher teria insistido em não ceder e conseguiu sair da sala.

“Em momento nenhum ela titubeia, não cai em contradição e nesse tipo de crime é muito importante ressaltar que o depoimento da vítima tem um peso maior”, ponderou o delegado.

Defesa: lapso temporal no período em que a PM foi chamada

O advogado André Miranda, que faz a defesa do secretário de saúde de Santana, avalia que o procedimento da prisão não foi correto, pois não havia flagrante. Segundo ele, os policiais chegaram à secretaria alegando que receberam uma denúncia em via pública de uma pessoa acusando o secretário de tê-la estuprado.

“Os policiais dizem ainda que, ao receber essa informação, se deslocaram até a secretaria e prenderam em flagrante o secretário. Porém, há um lapso temporal da hora em que essa suposta vítima sai da secretaria de saúde, por volta de 12h, e a hora que os policiais chegam por volta de 13h15, 13h30. A indagação da defesa é como pode uma pessoa, em uma hora e meia, localizar uma viatura em via pública e essa viatura não ser acionada pelo Ciodes? Esse é o procedimento, até para a própria segurança dos policiais. Isso não aconteceu e queremos saber quem acionou as outras 4 viaturas da Força tática, que saíram de Macapá”, disse o advogado.

Momento em que secretário é preso

Advogado André Miranda: inimaginável a vítima não gritar

Outro questionamento feito pela defesa de Griti é que no depoimento a servidora alega que foi tocada por 15 segundos de forma libidinosa.

“É inimaginável que uma pessoa segure nos seios de outra pessoa por 15 segundos, que é muito tempo, e a pessoa simplesmente não grita, não pede ajuda e com a sala do secretário aberta, tendo outros servidores ao lado”, complementou.

O advogado disse ainda que será feita uma ação criminal contra a servidora por denunciação caluniosa.

“A defesa está disposta a ir até o fim para saber se isso partiu unicamente dela, ou se foi uma armação política contra ele, se ela foi orientada por alguém e como se deu a chamada de viatura”, concluiu.

Seles Nafes
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