Adolescentes produzem curta-metragem sobre poluição em áreas alagadas

Iniciativa promove criações audiovisuais de 1 minuto, de autoria de jovens e adultos da Baixada Pará, na zona leste de Macapá
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Por RODRIGO ÍNDIO

Luz, câmera e “conscientização”. Jovens, adultos e idosos da comunidade conhecida como Baixada Pará, localizada entre os Bairros Cidade Nova I e Pacoval, na zona leste de Macapá, participam da produção de dez curtas-metragens através do projeto “Colorindo o Futuro”. O objetivo é despertar a cidadania e promover a consciência ambiental de quem reside na região periférica.

A oficina “Curta em 1 minuto” ocorre gratuitamente para cerca 50 participantes do curso que têm a liberdade para colocar no vídeo as próprias impressões da comunidade onde vivem. Muitos ali nunca tinham tido essa experiência.

Jozileia Lima de Sousa: mensagem para não poluir. Fotos: Rodrigo Índio/SN

É o caso das adolescentes Jozileia Lima de Sousa, de 15 anos, e Priscilla Bandeira Cardoso, de 14 anos. Nesta quarta-feira (28), as meninas deram um show de interpretação retratando o mal que a poluição das áreas alagadas causa para os próprios moradores.

“Queremos passar uma mensagem para quem mora aqui não poluir o que é nosso, que isso só traz malefícios para nós mesmos, como alagamentos, doenças e diversos outros problemas que o despejo irregular do lixo pode gerar”, comentou Jozileia.

Priscilla Bandeira Cardoso: oportunidade de mostrar positivamente a comunidade

As jovens destacaram ainda que o Colorindo o Futuro é uma forma de mostrar que na baixada não existe somente uma realidade violenta, criada pela sociedade, e que o projeto mostra isso.

“Aqui temos muitas famílias de bem e pessoas talentosas e com essa oportunidade estamos mostrando isso. Criminalidade existe em todo lugar, mas se tiver projetos voltados para quem quer exercer o bem, com certeza terão interessados, assim como nós. Estou super feliz por participar dessa experiência”, afirmou Priscilla.

Região tem o problema de despejo irregular de lixo no lago

 

Dezenas de jovens participam da oficina

Engana-se quem pensa que só os jovens integram o projeto. A artesã e oficineira Rozileia Fernandes Lima, de 51 anos, fez questão de panfletar para divulgar a ação. Ela recolhe materiais recicláveis nos lagos e nas ruas, leva para sua casa e transforma em arte.

“Recolho o material e realizo oficinas na minha casa e na igreja também. Precisamos abraçar a causa de quem já está na luta, e abracei essa através do “Diron”. Sou voluntária porque uma sociedade organizada caminha melhor. É ímpar fazer parte e agregar gente na oficina porque o conhecimento abre as portas pro mundo”, ponderou.

Durante a ação, o líder comunitário Ricardo Gomes, conhecido como Diron, chegou a cobrar mais ações do poder executivo municipal e estadual na Baixada Pará, como recolhimento de lixo nas áreas de ressaca, construções de passarelas e mais projetos sociais.

Rozileia Fernandes Lima: sociedade organizada caminha melhor

Colorindo o Futuro

A iniciativa do projeto Colorindo o Futuro é do Ministério Público do Amapá (MP-AP), que através das promotorias de Meio Ambiente e Urbanismo está executando na Baixada Pará ações de educação ambiental, cidadania, justiça, educação, capacitação, saúde, auto-reconhecimento e melhoria da estima dos moradores. 

“Em maio, a iniciativa mobilizou uma limpeza que retirou 19 toneladas de lixo da região. Já na 2ª fase, em julho, foi ofertado serviços de saúde e jurídicos gratuitos, oficinas de culinária, corte de cabelo e carpintaria”, detalhou Michael Oliveira, assessor técnico do MP.

Michael Oliveira: Ministério Público oferta serviços de cidadania à comunidade

A oficina de produção audiovisual aconteceu durante a última semana do mês de agosto. Ao final, será realizada uma mostra com todos os curtas-metragens produzidos pelos participantes.

O MP pretende levar as ações para outras áreas de ressacas na capital.

Seles Nafes
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