Após pressão sobre a comissão organizadora do encontro sobre a Amazônia, governadores não puderam falar
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Por SELES NAFES
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) conseguiu articular para que os governadores da Amazônia não tivessem voz no encontro organizado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, nesta segunda-feira (23), em Nova York. A participação dos governadores seria num evento sobre a Amazônia, dentro da Cúpula do Clima, evento das Nações Unidas (ONU).
As informações apuradas pelo Portal SN foram repassadas pela assessoria dos estados do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. A delegação é liderada pelo governador do Amapá, Waldez Góes (PDT).
Os governadores receberam uma carta convite assinada pelos presidentes Emmanuel Macron, Iván Duque (Colômbia) e Sebastian Piñera (Chile), integrantes da comissão tripartite organizadora do evento sobre a Amazônia.
Bolsonaro, que não foi convidado para discursar na Cúpula do Clima, teria usado o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, para interferir na participação dos governadores. O objetivo foi impedir que eles se expressassem no evento.
A França tinha convidado Waldez Góes para falar sobre a Amazônia, no evento, mas, de forma não-oficial, o governo brasileiro impôs veto. Pressionada na comissão, a Colômbia votou pelo silêncio dos governadores.
E, apesar do esforço liderado pela França e seus diplomatas no Brasil e na ONU, não foi possível vencer os obstáculos criados pelo chanceler Ernesto Araújo.
“O Brasil é bem-vindo. Eu acho que todos devem trabalhar com o Brasil, com os Estados da região. É bom que isso aconteça de forma respeitosa. As próximas semanas permitirão uma solução política que será um avanço”, disse Macron.
Mesmo sem voz, os governadores da Amazônia participaram das plenárias. Neste vídeo, é possível ver a mesa diretora dos trabalhadores, onde deveria estar o governador Waldez e outros colegas.
Além de Waldez Góes, estão no evento os governadores Gladson Cameli (Acre), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Wilson Lima (Amazonas).
Waldez pôde falar numa reunião de governadores com bancos, ONGs, e empresas privadas como a Natura.
